Vol. 5
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História de Portugal, popular e ilustrada - Volume 5:
De D. Filipe II até D. Afonso VI

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Pág. 5 - Manuel Barbosa
Ainda - e sempre - a excelente colecção de Retratos e Elogios de Varões e Donas nos fornece mais este retrato, que é copiado do que se publicou, por diligência de seu filho D. Agostinho Barbosa no tomo I das suas Obras. Manuel Barbosa foi licenciado em direito, enobrecendo com seu nascimento a cidade de Guimarães, onde viu a luz do dia a 16 de agosto de 1546. Exerceu este ilustre jurisconsulto por mais de trinta anos o lugar de advogado de causas forenses no Porto e Guimarães, e foi nomeado por D. Sebastião Procurador da Fazenda Real de Viana, por alvará de 17 de março de 1578. Desgostoso com os acontecimentos supervenientes à morte daquele monarca, retirou-se para a sua quinta de Aldão, onde se entregou aos trabalhos literários e genealógicos e lá faleceu com 91 anos em 1639. Jaz na capela de S. Tomás, no convento de S. Domingos de Guimarães.
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Pág. 8 - Coro de cima do convento da Conceição, em Beja
O que já dissemos acerca deste majestoso edifício de Beja, nas notas com que fechámos o 4º volume desta nossa edição da História de Portugal (pág. 627) dispensa-nos de mais pormenores a explicar a beleza artística deste celebrado coro.
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Pág. 13 - Goa - Ruínas do arco da Conceição
É ainda uma das memórias em Velha Goa do domínio português naquelas longínquas regiões, atribuída aos tempos dos primeiros governadores da Índia.
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Pág. 16 - Fernão Lopes Castanheda
Do atraente e erudito cronista da História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses, não podemos deixar de dar o retrato, que mandámos reproduzir da sua estátua esculturada por Victor Bastos e que é uma das que circundam o monumento de Luiz de Camões, em Lisboa.
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Pág. 17 - Os espanhóis retirando da Ilha Terceira
Descreve-se a pág. 564 do 4º volume desta nossa edição da História, a maneira curiosa por que os habitantes da heroica ilha souberam, em vista do seu pequeno número, defender-se dos ataques dos nossos inimigos, quando da guerra da Independência. É esta cena que a nossa gravura representa.
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Pág. 21 - Diogo de Araújo
Diogo de Araújo e Sousa e Castro foi fidalgo do solar de Tora, em que sucedeu a 8 de outubro de 516, e do casal Meiro, por documentos manuscritos. A posse deste solar é imemorial. Diogo de Araújo faleceu em 1601. O retrato que aqui damos é copiado do quadro a óleo que existe na galeria do sr. conde da Figueira.
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Pág. 24 - Escadaria do santuário do Bom Jesus do Monte
«Quem há que não conheça, ao menos por tradição, a feiticeira estância do Bom Jesus de Braga, onde nacionais e estrangeiros se extasiam na contemplação da natureza e da arte que ali se dão as mãos? A escadaria antiga e a moderna, a que minudentemente se refere o sr. Azevedo Coutinho no seu livro publicado há um ano sob o título Bom Jesus do Monte, o lago, as grutas, os jardins e a majestosa igreja, tudo prende a atenção. Uma simples cruz levantada há séculos entre as asperezas daquele Monte-Espinho, deu origem à formosíssima igreja e ao embelezamento do local que de há muito se considera o mais atraente do Minho! A tradição da cruz é de todo o ponto aceitável. O que ainda se ignora é o ano em que foi construída a primitiva ermida. Já no meu livro Inscripções e Lettreiros, pág. 156, ano de 1895, mostrei que a lápide gravada em 1839 e colocada no muro do primeiro patim é inexacta quando atribui ao ano de 1474 o governo do arcebispo D. Jorge da Costa II, que teve lugar na ausência de seu irmão o Cardeal de Alpedrinha desde 1488 a 1501. Por isso, com razão o sr. Azevedo Coutinho corrige aquela data dando mais 20 anos. Em que se fundou, porém, o autor da referida inscrição para atribuir a D. Jorge a construção da primitiva capela, se as suas armas encontradas nas escavações podiam ter sido aplicadas a qualquer melhoramento efectuado a expensas do Prelado e se 22 anos depois o deão D. João da Guarda mandou fazer a igreja e capela? - A esta construção ou reedificação se refere a lápide seguinte existente no patim do lado oposto e de cuja autenticidade não é lícito duvidar: «Esta igreja e capela mandou fazer o Protonotário Apostólico D. João da Guarda, deão das Sés de Braga e Lamego, do conselho de El-rei, conde de Palatino, por sua devoção, a 16 dias do mês de setembro do ano de 1522.» - A actual igreja com fachada composta das três Ordens arquitectónicas - Dórica, Jónica e Compósita, foi desenhada por Carlos Amarante. Principiou a ser construída no dia 1º de junho de 1784 e concluiu a 20 de setembro de 1811. - Ao lado direito da porta principal existe uma lápide referente às indulgências concedidas pelos papas Pio VI e Pio IX - Ao lado esquerdo tem outra, da consagração da igreja pelo arcebispo D. José Joaquim de Azevedo e Moura, a Jesus Cristo crucificado, com as respectivas indulgências. - Na fachada há ainda outras inscrições, uma das quais, comemorativa da grandiosa festa do primeiro centenário, realizada no dia 1 de junho de 1854. Em 29 de julho de 1757 ordenou-se a abertura da calçada do Lanhoso, que em 16 de maio do ano imediato, ainda não tinha atingido a conclusão. Todas as obras que D. Rodrigo de Moura Teles efectuou na estância do Bom Jesus, importaram em mais de vinte e quatro contos de réis. - A nova estrada de macadame principiou a ser construída, e simultaneamente o jardim do campo de Santa Ana, em 1854. A 23 de março de 1859 deu-se princípio à estrada que parte do arco até ao Santuário, e em 1874 inaugurou-se a linha americana. - No dia 14 de outubro de 1853 colocavam-se na igreja os órgãos que pertenceram à do convento de Bouro. - O elevador foi inaugurado em 20 de março de 1882. - No dia 8 de março de 1897 inaugurou-se com grande solenidade a obra de reconstrução da escadaria dos Cinco Sentidos, sendo adjudicada por 5.800$000 réis ao mestre pedreiro bracarense Guilherme José Pereira.» Albano Bellino, Archeologia Christã, págs. 212 e seguintes
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Pág. 25 - Convento de S. Francisco, em Diu
Como foi a Índia o ponto do globo onde os nossos tiveram maior predomínio em terras de além-mar, e onde ainda possuímos relíquias do antigo poderio, achámos bom reproduzir na nossa História os maiores monumentos aí levantados pelos nossos, entre os quais figura o Convento de S. Francisco, em Diu, que a nossa gravura representa.
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Pág. 29 - Manuel Machado de Castro e Vasconcelos
Embora na História se não faça menção directa deste personagem, achámos conveniente reproduzir-lhe aqui o retrato autêntico, copiado do que existe no palácio do sr. conde da Figueira, a cuja amabilidade detemos o prazer de o podermos reproduzir. Este Manuel Machado de Castro e Vasconcelos foi poeta distinto e cunhado do grande poeta seiscentista Francisco de Sá de Miranda, cujo retrato também já publicámos num volume anterior da nossa História
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Pág. 33 - Francisco de Andrade a ser armado cavaleiro
A pág. 241 do 4º volume da História de Portugal já publicámos o retrato deste personagem, acerca do qual dizemos algumas palavras na Explicação e Justificação das Gravuras que acompanha esse volume. Aqui temos apenas a dizer que o quadrinho que publicámos é reproduzido da miniatura dum códice do começo do século XVII, que se acha em poder dos actuais representantes de Francisco de Andrade.
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Pág. 37 - Marquês de Montebelo
Félix Machado de Castro e Vasconcelos, primeiro marquês de Montebelo, nasceu no ridente Minho a 1 de novembro de 1595, e foi 6º senhor de Entre Homem e Cávado, da Junta do Outeiro e 12º da casa de Jaroz, depois que os ascendentes da casa se chamaram Machados. Comendador de Couceiro na Ordem de Cristo, teve a mercê de conde e de marquês em Portugal, fazendo muitos serviços a esta coroa na corte de Madrid. Foi o marquês uma das maiores glórias do nosso país, não só pelo seu espírito elevado mas também como homem de progresso e reformador, aventando ideias que só dois séculos depois tiveram execução. Foi militar valente, distinguindo-se em todas as batalhas em que tomou parte. Na paz entregava-se ao estudo das línguas, das ciências e das artes. Eram-lhe familiares as línguas latina, italiana, francesa e castelhana, na qual, ao modo da época, compôs muitos dos seus livros. Foi insigne nas matemáticas e sabedor nas ciências naturais; abria a buril, lavrava pedras, tocava harpa, sabia contra ponto, versejava e pintava a óleo com subido bom gosto. - No tracto dos homens, sombreava os mais generosos ânimos, a ponto dum seu biógrafo dizer: «Tanto podiam os outros nele aprender letras, como aprender virtudes». - O conde de Ericeira escreve a seu respeito: «Na história tem poucos exemplos este exemplo». - Correm impressas deste egrégio português várias obras de subido valor científico e filosófico; mas de todos esses trabalhos aquele que maior fama lhe granjeou está inédito e na posse do seu actual representante, o sr. conde da Figueira. - Tem o manuscrito a que nos referimos por epígrafe Ensenansa de príncipes - Teatro de política moral. - Nesta obra magistral e, para o seu tempo, verdadeiramente assombrosa, alvitra Félix Machado o registo das hipotecas, censura a nobreza apontando-lhe o caminho pelo qual podia ressurgir dignamente; propõe academias onde se ensinassem todas as ciências e artes «para que os cavaleiros saiam homens insignes, na paz e na guerra». Apresenta o povo como uma entidade, que é necessário melhorar pelo ensino e regenerar pela reabilitação. Pede escolas públicas para as classes populares, onde os desprotegidos da fortuna adquiram a educação precisa e se apliquem ao trabalho; e, finalmente, condena a pena de morte (isto há mais de dois séculos!) pedindo as penitenciarias, onde os condenados se regenerassem pelo trabalho em vez de perecerem em ignominiosa forca, «que nem para exemplo serve». - O retrato que apresentamos é cópia do que, em corpo inteiro e atribuído a Velasquez, possui o sr. conde da Figueira, que gostosamente no-lo proporcionou para ser copiado.
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Pág. 40 - Beja - Convento da Conceição
Damos aqui mais um trecho daquele vetusto monumento, ao qual em pág. 627 do 4º volume da História dedicámos as palavras que julgámos dever votar a tão histórico convento.
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Pág. 41 - Claustro do Convento de S. Bento, em Santo Tirso
O princípio deste mosteiro remonta a uma antiguidade remotíssima, pois, segundo alguns escritores, foi na sua origem templo romano. Não se sabe quando passou a igreja católica, e quando se fundou o edifício do mosteiro beneditino, duplex, mas, segundo se lê no Portugal Antigo e Moderno, com certeza já existia no tempo dos suevos. Conjectura-se que o seu fundador foi S. Frutuoso; mas, segundo outros, foi S. Martinho de Dume, que viveu no século VI. D. Soeiro Moraes da Maia recolheu-se a este mosteiro, onde faleceu em 1176. D. Fr. Pedro de Chaves reformou-o em 1569, por ordem da princesa D. Joana, mãe de D. Sebastião. - O templo é vasto e magnífico e construído com grande solidez. - O claustro, que a nossa gravura representa, é a parte menos antiga do convento. Tem 27 metros de comprido por 25 de largo. Os seus quatro lanços são abertos em arcos, sustentados por 122 colunas duplas, cujos capitéis mostram, em grosseiros relevos, cabeças de mouros, harpias, leões, etc. No centro há um elegante chafariz de pedra, com boas esculturas, obra do princípio do século XVIII. A galeria superior do claustro pertence à reedificação geral do mosteiro, que principiou pelos anos de 1650. A inferior é, manifestamente, obra do século XII ou XIII. Foi o arquitecto Frei João Torreano, monge beneditino, quem delineou e dirigiu esta reconstrução. Foi também este monge o arquitecto da reconstrução do mosteiro de Odivelas, do muro de Santa Clara de Coimbra, do da Estrelinha em Lisboa, etc. - Depois de 1834, foi vendida a cerca e parte do edifício do mosteiro, que pertencia ainda não há muito aos herdeiros do conde de S. Bento, sendo o resto destinado para o tribunal das audiências do juiz de direito, administração do concelho e suas dependências.
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Pág. 45 - Padre Manuel Bernardes
É copiado dum quadro existente na Biblioteca Nacional de Lisboa o que damos aqui do fecundo e imaginoso padre Manuel Bernardes, um dos clássicos portugueses de mais justa reputação, o autor incomparável da Nova Floresta, da Luz e Calor, do Paraíso dos contemplativos, e de tantos outros livros de boa e sã leitura.
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Pág. 48 - Túmulo de D. Francisco de Albuquerque
Existe ainda na igreja da Serra, em Goa, o túmulo que a nossa gravura representa, bem como os de D. Diogo de Noronha e Fernão de Albuquerque, cujos desenhos vêm no primeiro volume da Índia Portuguesa, donde os mandámos copiar.
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Pág. 49 - Luiz Pereira de Castro
O retrato deste famigerado varão, que foi irmão do notável poeta Gabriel Pereira de Castro, cujo retrato também adiante damos, e que representou brilhantemente o país, durante os primeiros tempos da Restauração, nas cortes estrangeiras, é copiado da rica colecção de diplomatas que compareceram no congresso de Munster, e de que existe um exemplar na Biblioteca Pública.
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Págs. 52 e 53 - Batalha naval em frente da ilha de S. Miguel, entre a armada de D. António e a armada castelhana
Por ser característica e para assim dizer contemporânea dos acontecimentos que representa, reproduzimos esta interessante e curiosíssima gravura, cujo original foi publicado pela primeira vez numa obra alemã de Albrecht Fursten, estampada em Munich em 1589, e depois copiada em fac-simile no volume 3º dos Archivos dos Açores.
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Pág. 57 - Igreja de S. Caetano, em Goa
A igreja e convento de S. Caetano da Divina Providencia está situada ao norte do antigo Terreiro do Paço. Estes edifícios foram fundados em 1655 pelos clérigos regulares da ordem denominada dos Teatinos, os quais, tendo vindo à Índia por ordem do papa Urbano VIII, para pregar a Fé no reino de Golconda, e não tendo podido ali entrar, resolveram residir em Goa. - Os primeiros clérigos da ordem dos Teatinos que apareceram em Goa foram D. Pedro Avitabile, superior, D. Francisco Mouco e D. António Maria Ardisone, italianos. - Desde 1640 até 1750 vieram para este convento cinquenta e seis professos e três noviços, todos europeus, dos quais trinta e quatro chegaram a Goa, treze faleceram nas missões e doze voltaram para a Europa. Não podendo aquela ordem conseguir que viessem mais religiosos da Europa, o prefeito D. Carlos José Fidélis, único italiano que então havia, obteve do seu superior, autorização para receber no convento os filhos de Goa, o que foi confirmado por el-rei D. José em 1750. - Os teatinos, além do convento principal, tinham um hospício em Malar, freguesia de S. Matias. - O convento primitivo era pouco amplo, e o noviciado, situado em volta do zimbório da igreja, tinha acanhadas dimensões. Mais tarde foi o noviciado transferido para o pavimento superior, e pouco antes da extinção da mencionada ordem, construiu-se o edifício, que hoje serve de residência aos governadores gerais, quando, por dever de cargo, têm de assistir às festividades religiosas anualmente celebradas em Goa. Foi o conde de Torres Novas quem mandou adaptar o convento para residência temporária dos governadores do Estado de Velha Goa. - A igreja é ampla e magnificente, sendo a sua construção modelada pela do grandioso templo de S. Pedro em Roma. - Debaixo do altar-mor está situado o carneiro do convento, para onde foram trasladados do convento de Pangim, em 12 de novembro de 1842, os caixões que contêm os restos mortais dos barões de Sabroso e do Candal, governadores gerais da Índia Portuguêsa. Modernamente foram também depositados naquele carneiro os restos mortais dos governadores João Tavares de Almeida e visconde de Sérgio, de onde vieram trasladados para Lisboa; bem como os do barão de Sabroso, segundo nos diz Lopes Mendes no notável livro Índia Portuguesa.
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Pág. 61 - Francisco de Andrade Leitão
Bem como o retrato que a pág. 48 deste volume publicamos de Luiz Pereira de Castro, o retrato que aqui damos de Francisco de Andrade Leitão é copiado do que se encontra na colecção de retratos dos congressistas de Munster, realizado no meado do século XVII. Tanto Francisco de Andrade Leitão como Luiz Pereira de Castro, se empenharam, baldadamente, junto das cortes da Europa, para a libertação do infante D. Duarte, tão atrozmente sacrificado às ambições de Castela.
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Pág. 64 - Túmulo de Fernão de Albuquerque
Veja-se o que acima fica dito acerca do túmulo de D. Francisco de Albuquerque.
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Pág. 65 - Execução de prisioneiros de guerra franceses, na Terceira
Bem como a gravura de págs. 53-54, é esta gravura reproduzida duma celebrada gravura contemporânea que vem num livro de Albrecht Fursten, publicado em Munich em 1589. Esta gravura foi copiada pelo sr. barão das Laranjeiras e reproduzida a pág. 156 do vol. 3º do Archivo dos Açores.
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Pág. 69 - O bispo-conde D. Afonso Castelo-Branco
Vem na excelente monografia Isabel de Aragão, o retrato deste bispo conimbricense que tanto figurou - e bastante desairosamente - no tempo dos Filipes, e que desse livro para aqui reproduzimos. O retrato é cópia dum quadro do século XVII existente na sala das sessões da mesa da Misericórdia, da cidade de Coimbra. Na sala capitular da Sé da mesma cidade existe outro retrato do mesmo bispo.
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Pág. 72 - Real convento de Semide
Fica situado a duas léguas de Coimbra, num vale amplo e quase ermo, o mosteiro que a nossa gravura representa, e do qual tomou posse o governo. Não vão decorridos mais de dois anos, depois que faleceu a sua última monja. A sua fundação data de 1354, sendo seus fundadores D. João Anaia, bispo de Coimbra, e D. Martinho, seu irmão, cavaleiro das hostes de D. Afonso Henriques em Ourique. Primitivamente este mosteiro foi destinado para monges de S. Bento; só alguns anos depois é que passou para monjas. A quem desejar um estudo minucioso sobre este convento, recomendamos a leitura do livro do sr. Lino de Assumpção, As Monjas de Semide, publicado em 1900.
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Pág. 73 - Filipe II de Espanha e I de Portugal
E copiado do retrato que vem inserto na celebrada História de Espanha de Lafuente o que neste lugar reproduzimos.
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Pág. 77 - Torre do Relógio
É bastante curiosa esta torre em Fronteira, cuja fotografia devemos à amabilidade dum nosso correspondente em Évora. Foi construída em 1613 e reconstruída em 1878, de que dá conta um letreiro que a nossa gravura deixa perceber entre o relógio e a pequena janela que lhe fica por baixo.
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Pág. 80 - Túmulo de Diogo de Noronha
Leia-se o que linhas atrás deixámos dito acerca do túmulo de D. Francisco de Albuquerque.
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Pág. 81 - Beja - Interior do castelo e torre de menagem
É do Panorama que vamos transcrever a inscrição deste famoso castelo e sua torre, obra magnífica mandada construir por D. Diniz. «A torre está erecta junto à Porta de Évora, quase ao poente da cidade: na base é um quadrado perfeito e eleva-se em três corpos, que saem uns dos outros, medindo tudo, desde o chão até às extremidades das últimas ameias, cento e oitenta palmos: a sua largura no primeiro corpo é de cinquenta e cinco palmos, tendo de altura até ao terrado cento e vinte e oito palmos; - o segundo corpo mede trinta e quatro e meio palmos de alto e o último dez e meio ditos. Contém o primeiro duas salas fechadas de abóbadas, uma próxima da outra, a inferior oitavada e a superior de forma quadrada, com vinte e três palmos de largo; nesta há quatro janelas, uma em cada face, sendo a do norte mais alta e em forma de varanda; as outras três são divididas com uma coluna ao meio formando dois arcos pontiagudos à gótica. No segundo corpo há outra sala com uma única porta que dá para o terrado. O terceiro (em continuação do segundo por duas faces) tem um terrado de doze palmos por cinco de largura, ao qual dá serventia uma escadinha de pedra do lado do Ocidente. - Na primeira secção da Torre, que indicámos, vê-se uma cimalha, saliente, cinco palmos de face da parede e ainda mais nos cantos o vão é fechado por um parapeito de seis palmos de alto e quase um e meio de grosso guarnecido em toda a circunferência por sessenta colunelos quadrados, mas com as cabeças agudas, e que formam as ameias; nos cantos dos terrados, e na parte mais saliente da cimalha, bem como na varanda da segunda sala, correspondendo aos intervalos dos cachorros que a sustentam, existem buracos redondos com um pé de diâmetro, que mostram ser abertos, não só para vigiar, como também para despedir armas de arremesso e outros defensivos contra os inimigos que se aproximassem da raiz da torre: nas duas secções superiores há iguais ameias com proporções mais diminutas: alguns colunelos ao norte e ao sueste estão derrubados, bem como o parapeito e cimalha intermédia, tanto pela violência de um raio, que tocou por aquele lado, como por alguns presos que, encarcerados na torre, se divertiam em destruí-las: é esta a única, se bem que pequena, ruína que em toda a construção se descobre. - Para se entrar na torre sobe-se uma pequena rampa e depois trinta degraus até à primeira sala, que tem servido de calabouço aos soldados do 15º batalhão, e não tem outra luz mais que a de três agulheiros redondos nas faces da torre e a que lhe entra pela porta quando se abre. À esquerda desta porta e por um ângulo da torre, sobe se uma escada de caracol embutida na grossura da parede, de oitenta e três degraus, que consente duas pessoas a par, e dá entrada às salas superiores da terceira das quais se continuam por diferentes lances até o terrado último mais setenta degraus que perfazem ao todo (com os já mencionados) cento e oitenta e três degraus de cantaria, afora a elevação da rampa, que talvez teria sido escada: a luz que alumia em toda a subida entra por frestas, que deixaram nas paredes. - Além das três salas ou pavimentos tem vestígios de casas quase subterrâneas que se comunicavam com outros edifícios, de que se conserva ténue parte, e inculcam ter sido o paço, que dizem fundara D. Diniz na contiguidade da torre e formava o lado setentrional de uma praça hoje cheia de entulhos e ruínas, para a qual se entra por duas portas de arcos, tendo no intervalo de ambos um suficiente pátio. - Do alto da torre avista-se uma famosa e dilatada perspectiva descobrindo-se umas vilas e lugares, diferentes serras, o Guadiana e até o castelo de Palmela na distância de dezoito léguas». - Nesta torre esteve proso, e mais tarde foi morto pelo povo de Beja, o celebre almirante de Portugal Lançarote Peçanha, por seguir a parcialidade da rainha D. Leonor Teles e a d’El-Rei de Castela D. João I, seu genro, contra o nosso Mestre de Aviz, depois D. João I.
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Págs. 84 e 85 - Vista de Lisboa, no século XVII
As palavras explicativas que acompanham a gravura em questão dispensam-nos de quaisquer outras indicações justificativas do seu aparecimento na nossa edição da História.
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Pág. 89 - Tomar - Santa Maria dos Olivais
É um bom templo, do tempo dos Templários, mas está muito mais baixo do que o solo, de maneira que é preciso descer 17 degraus para chegar ao seu pavimento. Da sua fundação pelos Templários apenas resta a fachada principal; tudo o mais foi substituído pejas reparações feitas por D. Manuel e D. João III. Para mais larga informação veja-se A Ordem de Cristo, livro ainda neste ano de 1901 publicado nos prelos da «Empresa da História de Portugal».
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Pág. 93 - Fr. Bernardo de Brito
Sob o nº 9 da Notícia dos retratos em tela existentes na Biblioteca Nacional de Lisboa, trabalho elaborado pelo sr. Gabriel Pereira, encontramos a indicação da existência do retraio do ilustre cronista D. Fr. Bernardo de Brito, e logo o mandámos copiar, para figurar, como de justiça, na nossa já opulenta galeria de retratos de varões portugueses notáveis.
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Pág. 96 - Arganil - Capela de S. Pedro
Um pouco antes da entrada da vila de Arganil, da banda esquerda, no sítio onde se encontram raros vestígios de ruínas de uma antiga povoação, é que se encontra a capela cujo aspecto exterior a nossa gravura representa. É de arquitectura gótica e é tradição que foi mesquita de mouros.
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Pág. 97 - Entrada de Filipe II em Lisboa
Veja-se a pág. 30 deste volume da nossa História a descrição da cena que a gravura reproduz.
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Pág. 101 - Ruy de Pina
Não calcula o leitor, ao ver para aqui reproduzidas as centenas de retratos que a nossa edição da História de Portugal comporta, as dificuldades e os trabalhos que nos foi preciso remover para conseguirmos o nosso desideratum. Com este deu-se mais uma vez esse caso, sendo devido à amabilidade dum estrangeiro muito distinto e que muito ama as coisas da nossa terra, o sr. Guilherme João Carlos Henriques, que conseguimos a devida autorização para ser copiado do original da Chronica de Ruy de Pina, o retrato do notável cronista, que é representado numa linda miniatura com que abre o precioso códice, e existe na riquíssima biblioteca da Torre do Tombo.
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Pág. 104 - Niza - Fonte do Frade
Não são muitas as obras de arte de que a vila de Niza, de tão antiga tradição, se possa orgulhar; contudo é tão graciosa a sua fonte principal, que não podemos resistir ao prazer de a mandarmos aqui reproduzir.
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Pág. 105 - Igreja do Monte do Vigário-Geral, em Velha Goa
É de magnífica construção e ainda se conserva em excelente estado esta famosa igreja, restos da nossa antiga preponderância naquelas regiões do Ultramar.
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Pág. 109 - Fr. Francisco Leitão
O retrato deste ilustre prelado é copiado de uma das telas «sem moldura em mau e em péssimo estado de conservação», existentes na Biblioteca Nacional de Lisboa, e foi-nos apontado pela notícia desses retratos elaborada pelo sr. Gabriel Pereira.
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Pág. 112 - Paço dos Marqueses de Vila Real
Entre os edifícios mais antigos desta antiquíssima vila, avultam ao Campo do Tabolado as ruínas da nobilíssima Casa do Arco, assim denominada por ter sobre a rua próxima um arco de granito com uma capela em que se celebrava missa que o povo ouvia da rua, arco e capela que foram demolidos pela câmara em 18 de outubro de 1856, para desafrontar a dita rua. - Este edifício sofreu muitas reconstruções, mas ainda conserva um lanço com ameias e algumas janelas e portas ogivais; era bastante espaçoso, pois tem 200 palmos de frente, e, pelo dito arco, prendia com muitas casas, que foram dependência dele, na rua Nova do Arco e na da Ferraria. - Era o palácio dos Marqueses de Vila Real; depois de extintos, passou para o infantado, e da casa do infantado passou, por emprazamento, para os ascendentes dos Guedes Pereiras Pintos de Athayde Malafaias, ainda hoje seus possuidores. Portugal Antigo e Moderno, vol. 11º, págs. 995 e 996.
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Pág. 113 - Naufrágio da Invencível Armada
Duma bela gravura representando este naufrágio que foi o ponto de partida da queda do grande império fundado por Carlos V, mandámos copiar a que a nossa estampa representa. A cena deste desastroso naufrágio vem a pág. 591 do 4º vol. da História.
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Pág. 117 - D. Rodrigo da Costa
D. Rodrigo de Castro, e não da Costa como por lapso tipográfico apresenta a epígrafe, foi um dos fidalgos que acompanharam D. Sebastião na desastrosa batalha de Alcácer Quibir, onde perdeu a vida. O retrato donde foi reproduzido directamente o que apresentamos aos nossos leitores, existe na opulenta galeria de quadros da Biblioteca Pública de Évora.
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Pág. 120 - Porta principal da entrada da vila de Óbidos
Já num dos volumes precedentes demos conta das muralhas da vila, para que a repitamos. Por isso para a sua descrição terá o leitor o incómodo de a procurar nessa notícia.
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Pág. 121 - Igreja de S. Domingos, em Vila Real
Uma vez mais recorremos ao Portugal Antigo e Moderno, repositório riquíssimo de apontamentos históricos, para a elaboração da pequena notícia acerca deste velho mosteiro. Tentando os frades domínicos de Guimarães fundar um convento da sua ordem em Vila Real, obtiveram autorização apostólica por bula do papa Martinho V, e licença do arcebispo de Braga D Fernando. - Escreveu também D. João I a Martinho Afonso, seu contador na província de Trás-os-Montes, dizendo-lhe que, tendo resolvido fundar nesta vila um convento em honra de S. Domingos, fosse ele com o padre mestre Fr. Francisco, da dita ordem, escolher nesta vila ou no seu arrabalde, o sítio mais apropriado para a sua fundação, o qual assim o fez com prévio acordo e consentimento dos juízes, vereadores, procuradores e homens bons de Vila Real e do Dr. Fr. Vasco de Guimarães, prior do convento da mesma ordem naquela vila, hoje cidade. - Escolheram eles o terreno, a Câmara também em parte o deu do seu, e D. João I aprovou e confirmou tudo. Principiaram as obras em 1422 e os diversos reis que se sucederam todos eles fizeram grandes benefícios ao mosteiro. Em 1728 foi reformado o dormitório, e fez-se a torre, a tribuna e o retábulo do altar-mor; em 1755 foi reformada a capela-mor; em 1765 foi restaurado o coro e guarnecido com cadeiras de pau preto. Extintas as ordens religiosas, em 1834, foi a igreja cedida ao pároco de S. Pedro e em junho de 1835, foi entregue ao reitor de S. Diniz para sede da paróquia. Em 1837 ardeu o convento, supondo-se que fora incendiado de propósito pelo comandante de caçadores que então ali estava aquartelado, o célebre major Painço, para saldar as contas com a caixa do batalhão. Mais tarde e a pouco e pouco foi-se restaurando o convento e igreja, que está hoje limpa e muito decente. Esta igreja tem três naves sobre seis colunas de pedra, formando arcos em ogiva, tecto liso e branco, e na capela-mor um bom retábulo de talha dourada, do último século. No corpo da igreja tem 4 altares laterais feitos de novo, sendo dois muito elegantes, muito aparatosos e bem dourados.
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Pág. 125 - Duque de Lerma
Reproduzimos para aqui duma publicação ilustrada espanhola de muito crédito o retrato deste ministro de Filipe II, porque não podia deixar de figurar na nossa galeria o retrato de um personagem que tanta influência teve nos acontecimentos de Portugal, durante a dominação espanhola.
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Pág. 128 - Beja - Santo André
Por tradição muito antiga, assenta-se ter sido fundada esta capela em memória da última restauração de Beja do poder dos Mouros, operada pelo capitão Fernão Gonçalves a 30 de novembro de 1162, dia do Apostolo santo André. Lá o diz André de Rezende nas suas Antiguidades: «AEra. MCC, pridie Kalendas Decembris, in nocte S. Andre Apostoli Civitas Paca, id est, Regia, ab hominibus régis Portugalis domini Alfonsi, videlicet Ferdinando Gonsalvi, et quibusdam aliis plebeiis militibus nocte invaditur, et viriliter capitur, et a christianis possidetur ano regni ejus 25.»
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Pág. 129 - Luiz de Camões, em Coimbra
O desenho representa um recanto da Fonte dos Amores, em Coimbra, onde, é tradição, fora assassinada D. Inês de Castro. Camões, nos seus tempos de Coimbra, divagava pelo local que lhe inspirou aquela formosíssima estância do canto 5º de Os Lusíadas, que principia:
As filhas do Mondego a morte escura / Longo tempo chorando memoraram, //
pensando na composição do belo episódio do seu poema em que imortalizou Inês de Castro. - Foi Luiz de Camões o primeiro poeta que celebrou, com os amores de Inês, a Fonte dos Amores, que até então tinha passado desapercebida e tanto que um poeta, Inácio de Moraes, cantando as belezas de Coimbra em 1554, 18 anos antes da aparição dos Lusíadas, ao cantar a Fonte das Amores, no seu livro Conimbricae encomia, não se refere aos amores de Inês. - Camões é que a imortalizou e revestiu da lenda que ainda a envolve, não obstante a crítica dos eruditos. Sobre a impugnação da lenda da Fonte dos Amores, veja-se o primoroso trabalho do sr. dr. António Garcia de Vasconcelos, D. Isabel de Aragão, e um artigo do sr. Vale e Sousa no Branco e Negro.
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Pág. 133 - D. Manuel da Cunha, bispo de Elvas
Foi copiado o presente retrato dos «Retratos em tela sem moldura em mau e em péssimo estado de conservação» existentes na Biblioteca Nacional de Lisboa, segundo a Notícia elaborada pelo sr. Gabriel Pereira. Este D. Manuel da Cunha foi capelão-mor de D. João IV e de D. Afonso VI, e eleito mais tarde sucessivamente arcebispo de Évora e de Lisboa. Foi ele o fundador do convento de Olhaivo. Faleceu em 1658, com 64 anos de idade
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Pág. 136 - Vista do castelo de Óbidos, lado norte
Veja-se acerca das muralhas e do castelo de Óbidos o que já ficou dito nos volumes precedentes, quando explicámos outras gravuras que daquela vila publicámos nesses mesmos volumes.
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Pág. 137 - Paço dos Marqueses de Vila Real
Veja-se o que acima dizemos, na notícia com que acompanhamos outra gravura do mesmo curioso palácio.
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Pág. 141 - Filipe III de Espanha e II de Portugal
Da Iconographia de Carderera, que tão bons elementos nos tem fornecido para enriquecermos a nossa galeria de retratos, copiámos o deste monarca castelhano.
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Pág. 144 - Pelourinho e chafariz da Praça de Óbidos
Ficam ambos situados na praça principal da formosa vila, acerca da qual por mais de uma vez nos temos referido nas notas com que temos acompanhado os volumes precedentes da nossa História.
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Pág. 145 - Atrocidades dos Holandeses em Moçambique
São frequentemente acusados de atrocidades praticadas em domínios de além-mar os Portugueses e os Espanhóis, quando da conquista dessas longínquas regiões; certo não é coisa para elogios; de que, porém, se não deviam esquecer os que de tal nos acusam, e que são principalmente os estrangeiros, é de que os holandeses, em épocas muito mais próximas, como é o século XVII, também deram o seu contingente muito razoável para a história das crueldades praticadas pelo homem sobre o seu semelhante, como se lê a pág. 38 deste 5º vol. da nossa História, representando a nossa gravura uma dessas cenas de canibalismo.
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Pág. 149 - Ruy Lourenço de Távora
O retrato deste governador da Índia, é feito sobre o que existe no livro, por nós já tantas vezes citado nestas nossas notas, que se conserva na biblioteca Nacional de Lisboa, e onde vêm os retratos de todos os vice-reis e governadores da Índia.
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Pág. 152 - Interior da igreja de S. Domingos, em Vila Real
O que linhas atrás fica dito acerca desta igreja e respectivo convento, dispensa-nos de darmos aqui mais pormenores.
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Pág. 153 - Beja - Convento da Conceição e resto do Paço dos Infantes
O convento de Nossa Senhora da Conceição de Religiosas da ordem de S. Francisco, dentro da cidade, entre a porta de Mértola, e as igrejas de Santa Maria e S. João Baptista, foi fundado pelos infantes D. Fernando e D. Brites, pais d'el-rei D. Manuel, os quais ambos têm jazigo naquele magnífico mosteiro. - Sobre a data da sua fundação devo dizer que encontrei notícia de dois Breves, um de Pio II e outro de Paulo II. - Pelo primeiro parece terem D. Afonso V e seu irmão o infante D. Fernando alcançado licença pontifícia para edificarem um mosteiro no local onde já existia o Recolhimento de Beatas Seculares, com o intento de serem as religiosas que o povoassem. - Capuchas com pobreza rigorosa. - As pretendentes, porém, ao claustro não queriam sujeitar-se a uma regra tão austera, e força foi que os mesmos Príncipes obtivessem de Paulo II um Breve para moderar aquele rigor; este último é de 1469. Ora é sabido que Pio II governou a Igreja desde 1458 até 1464 e Paulo II desde 1464 até 1471; e, por consequência não é temeridade fixar a fundação deste Convento pelos anos de 1460 a 1461, tanto mais quanto obtive notícia de uma doação feita ao Convento em 17 de outubro de 1461 por Leonor Afonso, de Serpa, na qual se leem estas palavras: «Ao Mosteiro que ora manda fazer em Beja o infante D. Fernando». - Junto a este convento, ao qual os soberanos portugueses sempre liberalizaram a mais distinta protecção, deita, para a banda do norte, o antigo Palácio dos Infantes, para o qual dão serventia dois passadiços, que o comunicam com o convento. - A infanta D. Brites foi sepultada dentro da Clausura em sepultura rasa em um carneiro que está debaixo do claustro de S. João Baptista, como certifica um epitáfio que está na pedra em letra gótica, e diz assim: «Aqui jaz a Infanta D. Brites que faleceu em 1500, de idade de setenta e sete anos». - Em seu testamento recomenda D. Manuel a seu filho D. João III o convento da Conceição de Beja, onde seus pais jaziam sepultados. José Silvestre Ribeiro, Beja no ano de 1845.
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Pág. 157 - Gabriel Pereira de Castro
Cavaleiro de Cristo, doutor em direito canónico, lente da Universidade de Coimbra, desembargador da Relação do Porto e da casa da Suplicação de Lisboa, corregedor do crime da Corte e Casa, procurador geral das ordens militares, ultimamente nomeado chanceler-mor do reino; nasceu em Braga, a 7 de fevereiro de 1571 e morreu em Lisboa a 18 de outubro de 1632, sendo sepultado no extinto convento de S. Vicente de Fora. - Pereira de Castro escreveu entre outras obras o poema intitulado Ulysséa ou Lisboa edificada, muito celebrado. Tem na sua vida uma mácula que a História não pode olvidar, qual foi a de haver condenado iniquamente a morte afrontosa e aflitiva a Simão Lopes Solis pretendido autor do roubo e desacato cometidos em a noite de 15 de janeiro de 1630 na igreja paroquial de Santa Engrácia em Lisboa, crime de que o condenado estava inocente. Gabriel Pereira foi casado com D. Joana de Sousa, de cujo matrimonio teve um filho, Fernão Pereira de Castro, que ficou prisioneiro no Alentejo e morreu no cárcere de Granada, e duas filhas, D. Ana e D. Juliana. O vínculo, que instituiu, passou, por falta de varões, para seu irmão Luís Pereira de Castro. - O retrato que publicamos é cópia fiel do que existe no tecto dos Paços do Concelho de Lisboa, obra do falecido pintor Chaves, ignorando-se de que documento se serviu para o reproduzir.
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Pág. 160 - Capela de S. Braz, em Vila Real
É uma das mais antigas e mais notáveis da província de Trás-os-Montes e está colada e unida à igreja de S. Diniz, porque não ousaram demoli-la nem removê-la, quando nos fins do século XV foi restaurada e ampliada a igreja, prolongando-se até à dita capela, ainda hoje possuída por uma descendente da família Teixeira Coelho à qual andava vinculada desde séculos muito remotos. Esta capela era jazigo daquela nobre família, como o revelam os cinco mausoléus, que ainda hoje conserva, metidos em arcos nas paredes com sepulturas elevadas.
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Pág. 161 - Feitos de Salvador Ribeiro
A heroica façanha do denodado rei do Pegu representada pela nossa gravura vem minuciosamente descrita a pág. 39 deste 5º vol. da nossa História.
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Pág. 165 - D. Miguel de Noronha
Foi copiado este retrato do livro tantas vezes por nós citado, que se encontra na Biblioteca Nacional de Lisboa, onde vêm os retratos de todos os governadores da Índia, a cujo número pertence D. Miguel de Noronha.
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Pág. 168 - Baixo-relevo em Sernache dos Alhos
Sernache dos Alhos, hoje simples aldeia e freguesia, que fica a duas léguas de Coimbra, foi vila, teve pelourinho, foral doado por D. Manuel, misericórdia, e hospital fundado por ele ou por algum dos descendentes de Alvarianes Cernache, cavaleiro armado por D. João I, anadel-mor dos besteiros de cavalo, e alferes da Ala dos Namorados na batalha de Aljubarrota, e que faleceu em 1442 e jaz num convento de Vila Nova de Gaia. Os seus descendentes usaram o nome de Sernache. Por Alvarianes ser natural de aquela vila tomou ela o seu nome, ou ele o dela. - Nesta vila houve prelos em 1399, onde imprimiu António Mariz (o celebre impressor de obras gregas). Na terra poucos vestígios existem de antiguidade, pois, estão destruídos o pelourinho e o hospital, cuja casa tinha ornamentações Renascença, e várias outras moradias particulares antigas. - Na igreja, parte da capela-mor e a sacristia que lhe fica por detrás denotam uma certa época (século XIV ou XV), bem como o baixo-relevo que reproduzimos e que está na parede interior da sacristia. Temendo algum vandalismo, o actual bispo-conde já desejou transportá-lo para o Museu Arqueológico do Instituto de Coimbra; mas a junta de paróquia opôs-se a isso. - O resto da igreja é todo moderno, excepto quatro capelas laterais (Renascença) fins do século XVI, mas que, pintadas e caiadas, escondem a sua beleza. O baixo-relevo, que é em mármore branco, mede 1m x 0m,50.
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Pág. 169 - Fr. Gaspar dos Anjos e Fr. Atanásio de Jesus
Reproduzimos aqui, por curioso, este quadro cujo original se encontra na Biblioteca Nacional de Lisboa, e cuja notícia extratámos da relação elaborada pelo sr. Gabriel Pereira. Dizem as crónicas naquele tom místico que é peculiar às crónicas fradescas, que eram «ambos religiosos de Santo Agostinho, e que indo para a missão do reino de Mina, encontraram uma nau de hereges e pelejaram largo tempo, ficando presa a nau em que iam estes padres; mas os hereges dando liberdade a todos, não perdoaram aos ditos padres que depois mataram cruelmente em ódio da fé católica que pregavam os lançaram ao mar, em cujo martírio deram as almas aos 19 de março de 1575».
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Pág. 173 - Conde-Duque do Olivares
Reproduziu se dum quadro celebre o retrato deste famoso ministro de Filipe III, cuja funesta influência tanto contribuiu para os desastres de Portugal, durante a dominação filipina.
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Pág. 176 - Castelo de Vide - Arco de Aramenha
Constituiu o arco que a nossa gravura representa uma das portas da cidade de Aramenha ou de Medobriga, que, em tempo dos Romanos, existiu dentro do terreno que hoje constitui o concelho de Marvão. Esse arco foi transferido, no século passado, como monumento da cidade destruída, para Castelo de Vide, onde lhe deram igual aplicação. Sobre a porta a que ele deu lugar existiu a inscrição do facto.
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Pág. 177 - Ilustração ao canto XXI do «Segundo Cerco de Diu»
Dissera-se que o autor deste famoso poema, um dos mais inspirados da literatura portuguesa, fora ilustrado, em cada um dos cantos, pelo seu próprio autor, Jerónimo Corte Real; estas ilustrações, porém, não se encontraram; mas, passado tempo, um amigo dedicado desta publicação e que para ilustração dela tem concorrido duma forma digna de todo o elogio, após longos e penosos passos, logrou ao fim encontrar uma dessas ilustrações, conseguindo de seu possuidor uma fotogravura simílima de tal estampa, que nos foi confiada e da qual mandámos reproduzir a que o leitor tem em sua presença. É, como se vê, uma composição simbólica. O retrato que se encontra à esquerda é o do infante D. Duarte, filho de D. Manuel. O original manuscrito do poema e das respectivas estampas existe em casa dos srs. duques de Cadaval.
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Pág. 181 - Infante D. Duarte
Este retrato do infante D. Duarte, filho de D. Manuel, é ampliado do que se encontra no desenho de pág. 177 deste volume, de cuja proveniência já acima demos explicação.
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Pág. 184 - Cálice de Briteiros
Pertence a S. Salvador de Briteiros, Guimarães, o cálice que a nossa gravura representa. É de cobre, excepto a copa, que não pôde deixar de ser de prata dourada, mede de altura 0m,30 e tem na copa 0m,08 de diâmetro. O nó, bastante desenvolvido, é bem lavrado, como a base que se divide em seis gomos com emblemas, e em dois deles as palavras: Briteiros e Bravo, designando a primeira a freguesia a que pertence e a segunda provavelmente o sobrenome do oferente.
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Pág. 185 - Faro - Igreja da Se
A Sé de Faro é, no dizer de João Baptista da Silva Lopes, (Chorographia ou Memória económica, estatística e topographica do reino do Algarve) um templo espaçoso de três naves, que nada tem de notável mais do que a sua antiguidade ainda do tempo dos Mouros, dos quais era mesquita; sendo purificada se estabeleceu nela o colégio de Santa Maria, da ordem de S. Tiago, donde passou para a igreja de S. Pedro, quando, para a outra foi transferida a Sé, a qual está situada em um terreno, com as casas da câmara separadas pequeno espaço, e o palácio do bispo ao lado, muito simples, mas que encerram boas pinturas.
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Pág. 189 - D. Luiza de Gusmão
É mais um dos retratos que reproduzimos do inestimável livro Retratos e Elogios de Varões e Donas, etc., o desta inteligente e viril esposa de D. João IV.
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Pág. 192 - Pelourinho da Vila da Lousa
Este pelourinho erguia-se antigamente no meio da pequena praça da Câmara de Lousa; mas como ameaçasse ruína, foi transferido para o cunhal da esquina da mesma casa da câmara e aí seguro com uns gatos de ferro. Compunha-se de uma coluna, tendo ao cimo três cabeças toscamente gravadas, e que o povo dizia serem dos três Filipes. Mais tarde foi demolido pelo vandalismo dalguma vereação, não se sabendo o destino que levou.
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Pág. 193 - Defesa de Ormuz
Descreve-se a pág. 50 do vol. 5º da História este feito de armas revelador da antiga heroicidade portuguesa, num momento em que principiava a decadência deste velho e altivo país.
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Pág. 197 - Bráz Garcia Mascarenhas
Mandámos copiar este retrato do ilustre autor do Viriato Trágico, daquele com que abre a interessante monografia seguida dum drama histórico do sr. visconde de Sanches de Frias, O Poeta Garcia.
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Pág. 200 - Interior do Palácio do Conde de Óbidos, no Castelo
Para a notícia geral do castelo e muralhas de Óbidos, veja-se o que sobre o assunto já ficou dito nas notas com que rematam os precedentes volumes da História.
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Pág. 201 - Sé de Portalegre
Quando elevada Portalegre a sede do bispado, em tempo de D. João III, o bispo que tomou conta do seu lugar, escolheu para catedral a igreja de Santa Maria de Castela, da ordem de Aviz, incorporando nas suas rendas, com permissão do rei, como grão-mestre das três ordens militares as das outras duas igrejas, Santa Maria a Grande, da ordem de Cristo e S. Vicente, da ordem de S. Tiago. Como a igreja de Santa Maria de Castelo, que era muito antiga, ameaçava ruína, foi preciso abandoná-la, depois de erigir uma nova catedral, à qual lançou a primeira pedra, a 14 de maio de 1556, o próprio D. Julião d'Alva, dedicando-a a Nossa Senhora da Assumpção, como as demais catedrais do reino. - Sobre a porta principal da igreja se lê uma inscrição, que comemora este facto. - Foi esta porta substituída por um majestoso pórtico, de colunas monolíticas, de mármore preto, mandado construir pelo bispo, D. Manuel Tavares. - Sendo D. Julião d'Alva feito bispo de Miranda (1557) por falecimento do seu companheiro e amigo D. Toríbio Lopes, lhe sucedeu na mitra de Portalegre D. André de Noronha, que prosseguiu nas obras da nova Sé, que seu sucessor, D. Frei Amador Arraes, concluiu, mandando construir o retábulo da capela-mor, que intexta na abóbada e no tecto, e delicadamente pintado e dourado, colocando nele a formosíssima imagem de Nossa Senhora e o retábulo da capela de Nossa Senhora do Carmo, que custou 3.000 cruzados (1.200$000). Deu ainda reis 40$000, para o retábulo da capela do Santíssimo Sacramento e igual quantia para a capela de S. Pedro. - À sua custa se pintou e dourou a capela das Chagas e se lajeou e ladrilhou todo o templo. - Mandou concluir a torre do relógio; mas foi o seu sucessor, D. Diogo Correia, quem deu o relógio. - Foi também D. Frei Amador Arraes, que construiu o paço episcopal e o seminário diocesano e outras muitas obras de menos importância. - Resgatou todos os seus diocesanos que tinham ficado cativos na África, na infeliz batalha de Alcácer-Quibir. Ofereceu 5.000 cruzados a D. Filipe II para a invencível armada, etc. - A Sé de Portalegre é de três naves sendo a do centro guarnecida por um sumptuoso guarda-vento mandado construir pelo bispo D. Manuel Tavares Coutinho e Silva, estendendo-se sobre as suas três naves, logo à entrada, um amplo coro, dado pelo bispo D. João Mascarenhas. D. Manuel Tavares foi um prelado generoso, que deu à sua Sé ricos paramentos e banquetas de prata, concluiu o claustro principiado pelo seu predecessor D. Álvaro Pires de Castro, fez a casa do cabido, ampliou o paço episcopal e o seminário, etc. No volume 7 do Portugal Antigo e Moderno, se encontram preciosas indicações acerca deste notável monumento, e foi de lá que extraímos os ligeiros apontamentos que aí ficam notificados.
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Pág. 205 - D. Sebastião Monteiro - Arcebispo da Baía
Reproduziu-se de um retrato existente na Biblioteca Nacional de Lisboa o que aqui publicámos deste prelado, que tão grande papel representou na história das lutas do Brasil com os Holandeses, logo depois da restauração de Portugal.
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Pág. 208 - Capela-mor e sacristia da igreja de Sernache dos Alhos
Acerca desta igreja, da terra em que está edificada, etc., já demos os apontamentos suficientes quando tratámos, a págs. 618 do baixo-relevo existente na mesma igreja.
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Pág. 209 - Princípios do reinado de Filipe III - O povo amotinado apedrejando os paços do vice-rei.
A descrição da cena representada pela nossa gravura lê-se a pág. 24 do 5º volume desta edição da História.
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Pág. 213 - D. Pedro de Mascarenhas
À mesma fonte a que temos recorrido para a reprodução dos retratos dos governadores da Índia, que existe na Biblioteca Nacional de Lisboa, recorremos para a cópia de mais este.
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Pág. 216 - Vista do castelo de Óbidos - Parte Norte
Para a notícia deste castelo e resto das antigas fortificações de Óbidos, veja-se o que fica dito nas notas dos precedentes volumes, acerca da antiga vila de Óbidos.
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Pág. 217 - Porta principal da igreja de S. Francisco, em Guimarães
Esta porta é o que resta intacto da primitiva fachada da igreja de S. Francisco, cuja construção foi autorizada por D. João I em carta que escreveu de Braga no dia 3 de novembro de 1438. A primeira fundação do convento tivera lugar na Fonte Santa, em tempo de D. Afonso II. Para pormenores, muito curiosos acerca desta igreja e convento e sua descrição completa, leia-se o interessante livro de Albano Bellino, Archeologia Christã, saído ainda não há muitos meses dos prelos da «Empresa da História de Portugal».
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Pág. 221 - Francisco Barreto
É mais um dos retratos copiados do, por tantas vezes, já citado livro existente na Biblioteca Nacional de Lisboa, onde vem os de todos os governadores da Índia Portuguêsa.
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Pág. 224 - Casa de Miguel de Vasconcelos, em Viana do Castelo
Defronte da igreja matriz de Viana do Castelo, na esquina da rua do Paço, encontra-se uma casa de dois andares - a que a nossa gravura representa - cujo estilo arquitectónico, renascença, denuncia o meado do século XVI, e, como consta da inscrição, foi mandada fazer por João Jácomo de Lima, ascendente do tristemente célebre secretario de estado, Miguel de Vasconcelos. Aqui viveu o último comendador de Malta, professo, António Taveira Pimentel de Carvalho, falecido em 1864.
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Pág. 225 - Motins em Évora - Os insurrectos levando em triunfo o juiz do povo e o escrivão
Esta gravura, reveladora de grande estudo e rigor histórico da parte do seu autor, o notável ilustrador da nossa História, reproduz a cena magistralmente descrita por Pinheiro Chagas a pág. 93 do 5º volume da nossa História.
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Pág. 229 - D. João IV
É copiado dum dos mais autênticos retratos do fundador da dinastia de Bragança, de que há grande abundância, o que aqui damos daquele monarca.
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Pág. 232 - Sé de Faro - Outro aspecto
Já a pág. 619 deste volume ficou dito o que, em tão pequeno espaço, como aquele de que dispomos, podíamos consagrar à descrição daquele velho monumento cristão.
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Pág. 233 - Sé de Leiria
E templo sumptuoso, de três naves e nove altares, corre como opinião geral que D. Fr. Gaspar do Casal o edificou desde os alicerces à sua custa, lançando-se lhe a primeira pedra em 11 de agosto de 1559, como induz a acreditar a inscrição que está na fachada do templo; no entretanto é facto controverso. É um dos mais vastos e sumptuosos templos de Portugal, e, como todas as demais catedrais do reino, dedicado a Nossa Senhora da Assumpção. Fica-lhe contíguo o Paço Episcopal. - Antes de se fazer este templo, que outros querem que fosse mandado edificar por D. João III, servia de Sé a igreja de Nossa Senhora da Pena, dentro do castelo, que D. Afonso I edificou e D. Diniz reconstruiu em 1292. Era uma igreja pequena e está hoje desmantelada.
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Pág. 237 - Ayres de Saldanha
Sendo, como foi, governador da Índia, já o leitor sabe donde foi copiado o retrato que aqui damos de Ayres de Saldanha.
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Pág. 240 - Casa e capela dos Malheiros Reymões
É um dos edifícios de Viana do Castelo mais dignos de especial menção, pela sua beleza arquitectónica. Tomou o nome da família sua proprietária, à qual pertenceu o bispo de Angola, e depois do Rio de Janeiro, D. Fr. António do Desterro Malheiro, que teve 14 irmãos e irmãs, casando uma destas, D. Suzanna, na casa dos Falcões de Braga, com Manuel Falcão Gotta, fidalgo da casa-real, de quem há descendentes.
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Pág. 241 - A conspiração de 1640
Leia-se a págs. 148 e seguintes deste vol. da História a narração desta conspiração, cujos resultados foram a emancipação de Portugal do jugo filipino.
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Pág. 245 - D. Jerónimo de Athayde
Uma troca de gravuras, muito parecidas e de igual tamanho, deu lugar ao erro que aqui retificámos, pondo as coisas no seu lugar. O retrato que aqui apresentámos é o de D. Jerónimo de Athayde, e não de Ruy Lourenço de Távora; bem como é justamente o de Ruy Lourenço de Távora o que a diante, a páginas 320, foi publicado com a designação de D. Jerónimo de Athayde. - D. Jerónimo de Athayde, conde de Atouguia, era o filho primogénito da célebre D. Filipa de Vilhena. O seu retrato é copiado do que existe na Biblioteca Nacional de Lisboa.
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Pág. 248 - Porta lateral dos Jerónimos
É erradamente classificada de lateral esta porta, que devia ser a principal, justamente por ficar em frente do altar-mor da igreja dos Jerónimos; como, porém, por incompleta, é menos rica do que a verdadeira porta lateral, cuja reprodução já demos a pág. 377 do vol. 3º da nossa História, ficou aquela tomando o nome de lateral. Quanto ao que poderíamos dizer acerca da riqueza artística dos Jerónimos, pode o leitor encontrar maior notícia a págs. 620 do vol. 3º desta mesma edição da História de Portugal.
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Pág. 253 - Capela de Santa Clara da Vidigueira
É muito curiosa e está pitorescamente situada esta capelinha, que constitui um dos encantos da formosa vila do Alentejo.
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Pág. 256 - Padrões da revolução de 1640, no palácio dos Condes de Almada
São duas torrinhas ameiadas construídas de tijolos que um D. Antão de Almada, em memória da gloriosa revolução de 1640, mandou erigir sobre o telhado do paço, na frente que deita para as escadinhas da Barroca, onde ainda se podem ver tal qual a nossa gravura as representa.
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Pág. 257 - Filipa de Vilhena armando seus filhos
Esta cena, cujo assunto serviu de tema para uma das mais formosas produções do teatro português, a famigerada comedia de Almeida Garrett D. Filipa de Vilhena, vem descrita a traços largos a pág. 163 do 5º vol. da História. (Ilustração de Alberto de Sousa)
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Pág. 261 - Igreja de S. Tiago em Almada
É bastante antiga a origem desta capela; mas o que agora se vê é reconstrução do infante D. António, irmão de D. João V.
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Pág. 264 - D. Jerónimo de Azevedo
Mais um retrato copiado do celebrado livro existente na Biblioteca Pública de Lisboa, onde se encontram os retratos de todos os governadores da Índia Portuguêsa.
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Pág. 265 - Palácio dos Condes de Almada
É célebre este palácio, situado no largo de S. Domingos, em Lisboa, pelas gloriosas recordações que nos traz à memória. Era seu proprietário em 1640 D. Antão de Almada, progenitor dos condes de Almada. Era neste palácio, em um pavilhão do jardim, que D. Antão de Almada e os outros conjurados faziam as suas reuniões e discutiam a maneira de derrubarem o ominoso domínio dos Castelhanos.
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Pág. 269 - Francisco de Lucena
O retrato que aqui damos deste tão notável quanto infortunado ministro de D. João IV foi copiado do único retrato conhecido que dele existe e que está em poder do sr. Alves do Rio. Em tempo pertenceu à opulenta galeria do sr. marquês do Lavradio.
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Pág. 272 - Padrão de Tomar
Este padrão, em forma de pirâmide, chamado dos Filipes, foi ali erguido, durante o domínio castelhano, em memória das festas ali realizadas e das cortes convocadas por Filipe II, de Espanha, quando proclamado rei de Portugal. Está situado na estrada que conduz à Barquinha, e que, por aquele motivo se chama do Padrão.
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Pág. 273 - Morte de Miguel de Vasconcelos
A pág. 163 do volume 5º da História se lê a descrição da violência, necessária por justa, que a nossa gravura representa.
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Pág. 277 - João Pinto Ribeiro
Encontra-se no gabinete, que é actualmente do sr. Lino de Assumção, na Biblioteca Nacional de Lisboa, o retrato a óleo do famigerado chefe revolucionário de 1640, donde mandámos copiar o que o leitor tem em sua presença.
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Pág. 280 - Casa em Leiria onde reuniram as cortes
Para complemento, por assim dizermos, desta gravura, que representa a humilde casa, onde, pela primeira vez depois da revolução de 1640, se reuniram em cortes a nobreza, o clero e o povo, damos em seguida a cópia da descrição lapidar existente, como na gravura se vê entre as duas janelas do primeiro andar:
AETERNIT. SACR. IMMACVLATISSIMAE CONCEPTIONI MARlAE IOAN. IV. PORTVGAL. REX. VNA CVMGENERAL. COMITIIS SE ET REGNA SVA SVBANNVO CENSVTRIBVTARIA PVBLICE VOVIT ATQVE DEI PAPAM INIMPERIITVTELA REMELECTAM ALABED RIGINA IRRAESERUM TAM PERPETVO DEFENSSVRUM-IVRAMENTO FIRMAVIT. VIVERET VT PIETAS LVSITAN HOCVIVO EA PIDE MEMORIAL E PERENNE. EXARARI IVSSIT ANN. CHRISTIM. DC.XL.VI. IPERII SVI VI.
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Pág. 281 - Fachada da igreja de S. Vicente
O mosteiro de S. Vicente de Fora, de frades crúzios, foi fundado por D. Afonso Henriques, que lhe lançou a primeira pedra em 1147. Tanto a igreja como o mosteiro eram de acanhadas dimensões e sem coisa que os recomendasse. A igreja sumptuosíssima, que agora admiramos, e o vasto mosteiro que lhe está anexo são obra de Filipe II de Castela, que mandou arrasar o antigo até aos fundamentos, sem dele ficar o mais leve vestígio. Lançou-se-lhe a primeira pedra em 1582. Foi seu arquitecto Filipe Tercio. Chamava-se-lhe S. Vicente de Fora, por ficar fora dos muros da cerca mourisca, a única que houve em Lisboa até ao reinado de D. Fernando. Desde o reinado de D. João IV que uma das vastas salas do claustro de S. Vicente foi destinada a jazigo da casa de Bragança. O terremoto de 1755 causou neste edifício algum dano que foi logo reparado. - Depois da extinção das ordens religiosas foi este mosteiro constituído em residência dos cardeais-patriarcas de Lisboa, estando também aqui as diversas repartições eclesiásticas do Patriarcado. Desde 1837 que esta igreja serve de matriz da freguesia de S. Vicente de Fora, então criada pelas freguesias de S. Tomé, que tinha sido fundada em 1310 e foi demolida, e a do Salvador, que tinha sido fundada em 1391.
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Pág. 285 - António de Sousa de Macedo
É tradicional este retrato do ilustre português que tanto nos honrou no estrangeiro, e copiou-se de um dos muitos que se encontram em diversas publicações portuguesas ilustradas.
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Pág. 288 - Cruzeiro da Praça de Conde de S. Joaquim, em Braga
Sobre elegante coluna bem lavrada, pertencente à ordem compósita, eleva-se a cruz primacial. Foi mandado fazer pelo arcebispo D. Afonso Furtado de Mendonça em 1621. A casa próxima, pertencente à ilustre família Brandão Pereira, ocupa o espaço da habitação de Lúcio Caio Atílio, governador da Lusitânia e Galiza, no tempo dos Romanos, e sua mulher Cálcia, na qual nasceram as suas nove filhas gémeas e santas, Liberata, Quitéria, Martinha, Eufémia, Genebra, Germana, Basilissa, Victoria e Marciana. (Archeologia Christã, por Albano Bellino. «Empresa da História de Portugal».)
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Pág. 289 - Os conjurados assassinam Francisco Soares de Albergaria e António Correia, nas escadas dos Paços da Ribeira
Leia-se em pág. 165 do 5º volume a descrição de mais esta cena de sangue, justificada pela santa causa que determinou a revolução de 1640.
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Pág. 293 - Fernão de Albuquerque
Encontra-se no livro existente na Biblioteca Nacional de Lisboa, já por nós muitas vezes citado, o retrato deste notável governador da Índia.
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Pág. 296 - Claustro dos Filipes, em Tomar
De D. João III e não dos Filipes se deve chamar este claustro, porque em tempo de D. João III foi começado, como se pode ver no consciencioso estudo que sobre o convento de Tomar e a ordem de Cristo se encontra no livro que sob este último título - A Ordem de Cristo - acaba de publicar nos prelos da «Empresa da História de Portugal», o sr. dr. Vieira Guimarães.
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Pág. 297 - Palácio do Marquês de Fronteira, em Benfica
É uma das mais formosas vivendas dos arredores de Lisboa, e aqui a apresentamos, por pertencer a uma família, cujos membros tanto figuraram na história do nosso país por largo período.
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Pág. 304 - Túmulo de Diogo Lopes de Sousa
Existe no convento da Batalha, na capela de S. Miguel, o túmulo que a nossa gravura representa. Essa capela foi por D. João I dada a Diogo Lopes de Sousa, para nela se depositarem as pessoas de sua família, honra que a nenhum outro fidalgo foi concedida, e que bem prova o apreço em que pelo mestre de Aviz era tido Diogo Lopes de Sousa, o qual faleceu em 1451.
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Pág. 305 - Proclamação da Independência em 1640
Veja-se em páginas 163 e segs. deste volume da História a descrição de todas as cenas que antecederam e acompanharam esse generoso movimento, que deu em resultado a emancipação de Portugal do ominoso jugo estrangeiro.
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Pág. 309 - Castelo de Ourem - Visto do nascente
Já num dos volumes antecedentes da nossa História demos a notícia deste antigo castelo, que, apesar de estar em ruínas, lá existe ainda o cavaleiro da vila de Ourem, ficando-lhe ao sul a magnífica explanada, que serviu de praça de armas. Fica-lhe em frente uma torre, que também já veio reproduzida na nossa História, e, para o lado direito uma vasta planície torneando o monte, que também foi, em tempos remotos, cercado de muralhas, das quais ainda se veem restos.
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Pág. 312 - D. Manuel de Castelo Branco
Figurou no tempo de D. Sebastião, este ilustre personagem, cujo retrato é copiado do que existe na riquíssima galena da Biblioteca Pública de Évora.
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Pág. 313 - Chafariz de Caminha
Ainda que um pouco cedo de mais, nem de outro modo se pode fazer com uma publicação que tem período certo de saída, como tem sido esta nossa, damos aqui a reprodução deste chafariz, de construção moderna, pois que data apenas de 1865, e que foi feito exactamente igual ao do Campo do Forno, de Viana do Castelo.
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Pág. 317 - Diogo Bernardes
É copiado este retrato dum que existe na rica galeria que a Biblioteca de Évora possui, e da qual nos foi obsequiosamente mandado um catálogo manuscrito, a instâncias dum nosso amigo, que muito se tem interessado por que a História apresente o maior número de retratos autênticos, o sr. António Máximo Lopes de Carvalho. O catálogo manuscrito a que aludimos, traz sob o nº 86 a seguinte indicação que reproduzimos ipsis verbis, a fim de que não possamos ser acusados de levianos se mais tarde se descobrir que este não é o retrato de Diogo Bernardes: «86 - Damião de Goes? Não. Deve ser Sá de Miranda (o poeta); também não. Conforme um apontamento ms. do códice c/2-18 nº 8 deverá ser Diogo Bernardes, cativo que foi em Alcácer Quibir. Mede de altura 0m,64 e de largura 0m,49».
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Pág. 320 - Rui Lourenço de Távora
E não Jerónimo de Athayde, como por uma confusão já explicada foi trocado pelo de Ruy Lourenço de Távora (veja-se pág. 621). Era neto de outro Ruy Lourenço de Távora, governador da Índia, cujo retrato damos a pág. 149, e filho de Álvaro Pires de Távora, historiador português falecido em 1640. Este retrato foi copiado de outro que existe na Biblioteca Pública de Lisboa.
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Pág. 321 - Coroação de D. João IV
O acto solene representado pela nossa gravura vem descrito a págs. 227 e 228 deste volume 5º da História de Portugal.
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Pág. 325 - Janela da casa do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar
É uma das maravilhas do histórico convento de Tomar, e a sua descrição minuciosa ocupar-nos-ia muito espaço; ao leitor que deseje tomar conhecimento não só deste pormenor do convento, mas de todo ele, recomendamos-lhe o livro ultimamente impresso na nossa tipografia, A Ordem de Cristo, do sr. Dr. Vieira Guimarães.
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Pág. 328 - Estátua equestre dum cavaleiro armado no século XIV
Existe no Museu do Instituto de Coimbra o original desta interessante estampa, que devemos à amabilidade do sr. dr. António Júlio do Vale e Sousa. Representa um cavaleiro armado e equipado para torneio ou batalha. É uma escultura do século XIV, executada em pedra de Ançã, notável para a história da arte e da indumentária em Portugal. É proveniente de Oliveira do Hospital
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Pág. 329 - A Conspiração de 1640
A amabilidade do sr. D. Luiz Vaz de Almada, representante da nobilíssima família dos condes de Almada, devemos a autorização para reproduzirmos estes curiosos azulejos que ornamentam o jardim do palácio dos condes de Almada, e que ali foram mandados executar por um D. Antão de Almada, para comemorar a famosa conjuração donde nasceu a gloriosa revolução de 1640. O azulejo que esta nossa estampa representa, fica situado no lado direito do jardim; as palavras que se leem na fita que corre horizontalmente ao cimo são: «Amor - Constância - Fidelidade». As que se leem no medalhão inferior são, com a própria ortografia «Venturoso Citio honrosas Conferencias em que se firmou a Redempsão de Portugal».
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Pág. 333 - D. Manuel de Castelo Branco (conde de V. N. de Portimão)
Este retrato do ilustre conde de Vila Nova de Portimão, que, como já dissemos, tanto figurou no reinado de D. Sebastião, é reproduzido do que guarnece a preciosa galeria de retratos dos marqueses de Abrantes.
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Pág. 336 - Planta de Coimbra antiga
Por curiosa, e por nos não parecer aqui descabido o seu lugar, mandámos reproduzir esta planta que encontrámos em estampa separada dum livro antigo, mas cuja época não podemos precisar, supondo, porém, que deva ser dos fins do século XVIII.
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Pág. 337 - Combate nas ruas de Roma
Descreve-se em págs. 282 deste 5º volume da História a cena pouco edificante a que alude a nossa gravura, e que representa simplesmente a anarquia dos espíritos no século XVII, e a nenhuma garantia de que nesse século gozavam os estrangeiros na velha Roma papal.
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Pág. 341 - O claustro dos Jerónimos
Tivemos ocasião de nos referirmos no volume 3º desta edição, e com largueza compatível com o espaço de que dispomos; ao magnífico edifício dos Jerónimos, cujo claustro, uma das maravilhas arquitectónicas do século XVI a nossa gravura representa.
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Pág. 344 - D. Luiz da Silveira (conde da Sortelha)
O retrato deste velho fidalgo português, terceiro conde da Sortelha, foi copiado da magnífica galeria de retratos pertencente ao sr. marquês de Abrantes.
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Pág. 345 - A proclamação da Independência
Para não nos repetirmos, enviamos o leitor para o que acima ficou dito, quando tratámos do outro quadro de azulejo representando A conspiração de 1640. Representa este segundo azulejo os Portugueses em frente do Paço perseguindo os guardas castelhanos, e João Pinto Ribeiro a uma das janelas gritando: - Liberdade, Liberdade! Viva el-rei D. João IV! - No medalhão que está em baixo lê-se: «Redempção de Portugal. - A Fidelidade e o Amor triunfão.»
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Pág. 349 - D. Luiz de Lencastre, 1.º comendador da ordem de Aviz
Foi filho do duque de Coimbra D. Jorge, (filho natural de D. João II) e de sua mulher D. Brites de Vilhena. Por alvará de 27 de junho de 1540, obteve D. Luiz de el-rei D. Manuel a comenda e alcaidaria-mor de Veiros, com o hábito da ordem de Aviz, e as alcaidarias de Landroal, Aviz, Alcaneda, Benavente, Cabeção e Benavila, e, ultimamente, a comenda de Extremoz, tudo na mesma ordem. - No ano de 1531, fez-lhe mercê el-rei D. João III do assentamento e honras de marquês, com o tratamento de sobrinho. No ano de 1552, acompanhou a princesa D. Joana, quando passou a Portugal, não mostrando menos luzimento que seus irmãos, o duque de Aveiro e o comendador-mor de Santiago, que também eram da comitiva. D. Sebastião mandou-o por seu embaixador extraordinário a Castela no ano de 1568, a dar os pêsames a D. Filipe II da morte do príncipe D. Carlos; e, tendo morrido a rainha D. Isabel de Valois, terceira mulher do próprio rei, lhe foi ordenado que visitasse el-rei por aquele motivo, o que tudo cumpriu cabalmente, e se recolheu ao reino. Casou com D. Magdalena de Granada. - Faleceu no princípio do ano de 1674 e jaz na capela-mor da igreja de S. João em Setúbal. Foi copiado este retrato da galeria do sr. conde da Figueira.
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Pág. 352 - Chafariz de Évora
Dos quatro chafarizes que conta Évora, é este, sem dúvida o mais elegante e mais característico, pelo que julgamos do nosso dever mandar para aqui reproduzi-lo.
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Pág. 353 - Execução dos conjurados contra a independência da pátria
Representa esta gravura a lúgubre cena descrita por M. P. Chagas em págs. 299 e seguintes deste 5º volume da História de Portugal.
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Pág. 357 - O castelo de Milão - Vista exterior da torre castelã e da prisão do infante D. Duarte
Mandámos para aqui copiar do interessantíssimo livro do sr. Ramos Coelho, História do Infante D. Duarte, o plano deste castelo, por nos parecer ficar bem na nossa História a reprodução deste monumento, testemunho dos sofrimentos dum príncipe, que deveu, em grande parte, a sua desventura ao egoísmo feroz de seu irmão, D. João IV.
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Pág. 360 - D. Francisco de Lemos Pereira Coutinho
Reproduz-se este retrato do ilustre prelado conimbricense dum seu retrato autêntico existente na riquíssima galeria da Biblioteca de Évora, aonde o mandámos copiar, por informação do Catálogo manuscrito a que por mais de uma vez temos aludido no decurso destes nossos ligeiros apontamentos.
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Pág. 361 - Procissão em acção de graças pelo bom êxito da conspiração de 1640
Sobre a história deste azulejo, veja-se o que acima ficou dito quando tratámos do que representava a conspiração de 1640. Este, que aqui reproduzimos, fica colocado à esquerda e representa, como se vê, uma procissão. As palavras inscritas no medalhão que se divisa na parte inferior do quadro dizem: «Benedictus Dominus Deus Israel quia vizitavit et fecit Redemptionem Plebis suae».
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Pág. 365 - Dr. Miguel da Silveira
Graduado pela Universidade de Coimbra nas faculdades de medicina e de jurisprudência, foi em Madrid mestre de cosmografia dos fidalgos que frequentavam o paço real e professor de medicina, direito e matemática. Viveu no século XVII, e era natural de Celorico da Beira. Para a sua biografia veja-se o Compendio histórico daquela vila, por Vilela da Silva. Dele existe publicado o poema heroico El Macabeu, Nápoles, 1638. - O retrato que aqui damos é copiado de outro que existe na Biblioteca Nacional de Lisboa.
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Pág. 368 - Castelo de Milão - (segundo a edição de Vitrúvio em 1616)
Para a reprodução desta estampa socorremo-nos, e, pelos motivos já acima indicados, da muito interessante e minuciosa História do Infante D. Duarte, pelo sr. Ramos Coelho.
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PPág. 369 - Roque Antunes, em Elvas
O acto de heroísmo representado pela nossa gravura vem descrito a págs. 303 deste 5º vol. da História.
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Pág. 373 - Castelo de Milão - Pátio da Roqueta e entrada para prisão do infante D. Duarte
Pelas razões expostas quando tratámos do plano do castelo de Milão, reproduzimos aqui, ainda do mesmo livro do sr. Ramos Coelho, História do Infante D. Duarte, há anos publicada, a gravura que em sua presença tem o leitor.
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Pág. 376 - D. Teodósio (filho de D. João IV)
É copiado dum retrato existente na Biblioteca Pública de Lisboa o que aqui damos deste malogrado sucessor de D. João IV.
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Pág. 377 - Igreja do Loreto em Lisboa
Esta igreja do Loreto teve princípio em 1517 em uma capela de Santo António muito antiga, e que foi reedificada em 1522. Foi criada freguesia para os Italianos em 2 de janeiro de 1551, e não tinha território determinado, pois que eram seus paroquianos todos os Italianos que viviam dispersos em Lisboa. Era administrada por um provedor, um escrivão e um tesoureiro e mais votantes, italianos, que apresentavam um cura que lhes administrava os sacramentos e ao qual davam côngrua suficiente e casas junto à igreja. Em 29 de março de 1651, um incêndio a reduziu a cinzas, ficando a servir de matriz a igreja da Encarnação. Estando reedificada a igreja do Loreto em 1676 tornou a ser matriz da freguesia. Foi destruída e incendiada pelo terremoto de 1755 e reedificada em 1756.
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Pág. 381 - Porta férrea da Universidade de Coimbra
Já num dos primeiros volumes desta nossa História demos notícia da Universidade quando tivemos de acompanhar de algumas palavras explicativas a gravura que publicámos representando aquele notável estabelecimento de ensino; aqui pouco mais diremos, o suficiente para justificar a apresentação da gravura. Quando D. João III deu à Universidade melhores aposentos do que aqueles que tinha, ordenou, por carta de 24 de setembro de 1517, que ela se estabelecesse nos Paços das Alcáçovas, um dos muitos palácios reais pertencentes aos monarcas portugueses, e que havia sido reedificado por D. Manuel. Mas D. João III faleceu, a situação do país foi declinando cada vez mais até a derrota de Alcácer, até à usurpação dos Filipes. Entradas as coisas neste caminho, e governando o país D. Filipe I, que a princípio, para atrair simpatias, se declarara protetor da Universidade, representou-lhe esta para que lhe concedesse, conforme a carta de D. João III, os paços das Alcáçovas para neles se estabelecerem definitivamente as escolas que ali permaneciam havia 40 anos. Filipe II indeferiu tão justo pedido, resolvendo-se, porém, muito mais tarde a ceder os paços, declarando, porém, que os não entregava senão mediante a soma de trinta mil cruzados. A Universidade satisfez esta exigência, efectuando-se a transação em 1593. Adquiridos assim, por título de compra, os paços de Alcáçovas, tratou-se logo de fazer as obras de que o edifício necessitava, sendo a primeira o pórtico que serve de entrada para o grande terreiro da Universidade, que é geralmente conhecido pela denominação de Porta férrea, e que é a que a nossa gravura representa.
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Pág. 384 - Marquês de Marialva
O retrato de D. António Luiz de Menezes, terceiro conde de Cantanhede e primeiro marquês de Marialva, do conselho de estado de D. João IV e ministro do Despacho, tem aqui bem cabido lugar. O seu nome é frequentemente citado com louvor no decurso da nossa História. O seu retrato é copiado de outro que existe na Biblioteca Pública de Lisboa.
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A estampa interessantíssima que aqui publicamos e que representa o desembarque da infanta portuguesa D. Catarina de Bragança, em Portsmouth, é cópia duma gravura do tempo dedicada ao duque de Ormond, gravura que veio reproduzida no vol. XI da curiosíssima revista portuguesa Archivo Pittoresco, um dos bons repositórios de antigas coisas portuguesas.
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Pág. 389 - Caxias - Convento da Cartuxa, em Frontaria
Este convento, que por um decreto lavrado ainda neste ano de 1901, foi destinado a servir de casa de correcção de menores, para o que se está desde já procedendo a grandes reparações e melhoramentos, foi fundado por D. Simôa Godinho, pelos anos de 1595. Esta D. Simôa era preta, mas de origem nobre; nasceu na ilha de S. Tomé e era riquíssima; casou com um fidalgo português, do qual ficou viúva e sem filhos; despendeu todas as suas riquezas em obras pias. Tendo-se arruinado e sendo pequena a igreja de Laveiras, em 1736, reinando D. João V, resolveram os frades edificar nova igreja, para o que o rei contribuiu com grandes somas e o povo com esmolas. O claustro foi mandado fazer pelo cardeal D. Luiz de Sousa, arcebispo de Lisboa. Depois da extinção das ordens religiosas, foi vendido este convento e em seguida demolido em muitas partes. A igreja foi despojada de todas as suas imagens, adornos e alfaias, entre as quais os magníficos quadros de S. Bruno, pintados pelo famoso Sequeira, e que passaram à Academia das Belas-Artes de Lisboa.
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Pág. 392 - D. Francisco de Castro
O retrato que aqui damos deste famoso inquisidor geral e bispo da Guarda, neto do celebre D. João de Castro, é reproduzido do que se vê nos Retratos e Elogios de Varões e Donas, o qual por seu turno, como se lê na memória que o acompanha naquela notável galeria «he fielmente copiado de um painel a óleo que está na mesma capela» (capela por ele fundada no convento de S. Domingos de Benfica). D. Francisco de Castro, que nascera em 1574, faleceu em 1 de janeiro de 1653, com 79 anos de idade.
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Pág. 393 - Cadeira de pedra existente nos claustros da Sé de Lisboa
Na entrada de um dos claustros da Sé está a cadeira que a nossa gravura representa, e que, como se vê, tem as armas de Portugal no encosto. Parece obra do tempo de D. Manuel ou um pouco anterior. Tem a data de 1620; mas é talvez a da sua mudança para este local, pois que, estando Portugal nesse tempo sob o jugo espanhol, as armas portuguesas formavam apenas um escudo no centro das de Castela.
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Pág. 397 - Caxias - Convento da Cartuxa - Interior da Igreja
Acerca deste convento veja-se o que ficou dito na pequena notícia que, linhas acima, lhe consagramos, ao tratarmos da frontaria da igreja.
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Pág. 400 - Micaela Margarida de Sant'Anna
O retrato desta senhora, filha do imperador Matias, da Alemanha, fundadora do convento das Albertas em Lisboa, é copiado do que vem nos Retratos e Elogios de Varões e Donas, o qual, como na memória que acompanha esse retrato se diz, é cópia do que existia no convento das religiosas de Carnide, com esta letra em volta: A Veneravel Madre Michaela Margarida de Santa Anna, morreu em 28 de setembro de idade de 81 anos na éra de 1663.
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Pág. 401 - Fundação da povoação de S. Vicente (Santos - Brasil), por Martim Afonso de Sousa
Como ficou dito na nossa História, na ocasião própria, foi esta - de S. Vicente - a primeira capitania regular que se fundou no Brasil, em 22 de janeiro de 1532. O quadro donde mandámos reproduzir, por meio de fotografia, a gravura que o leitor tem presente, é dum pintor brasileiro muito distinto, Benedito Calixto, e existe numa das salas do grandioso museu do Ipiranga, na cidade de S. Paulo.
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Pág. 405 - Padre António Vieira
Foi copiado duma bela gravura contemporânea do notável jesuíta o retrato que aqui damos do Padre António Vieira, essa extraordinária figura de homem, que foi um dos mais notáveis ornamentos da Companhia de Jesus.
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Pág. 408 - Sé de Goa
«Conquistada pela segunda vez a cidade de Goa por Afonso de Albuquerque, em 25 de novembro de 1510, dia em que a igreja celebra a festividade de Santa Catarina de Alexandria, elegeu este pio e grande capitão a gloriosa santa por padroeira da cidade, e cuidou logo em lhe erigir um templo, onde fosse publicamente venerada, e que servisse de igreja paroquial aos cristãos que ali fizessem assento. Em breve se completou esse templo; e quando, em 1512, regressou a Goa o mesmo herói, de volta da conquista de Malaca, aí correu logo a dar graças a Deus pelas mercês recebidas. - Mais tarde passou esta igreja a ser colegiada, e em 1534 foi erigida em catedral do bispo de Goa, por bula Aequum reputamus, de 3 de novembro, do sumo pontífice Paulo III, passando então o prior a deão, os beneficiados a dignidades e cónegos, e preenchendo-se os mais lugares com os clérigos de fora. Por bula Etsi Santa, de 4 de fevereiro de 1557, elevou a Paulo IV a sé arquiepiscopal metropolitana, primacial das Índias, que desde o arcebispo D. Fr. Aleixo de Menezes se intitula «primaz do Oriente». Foi até 1542 a única paróquia da cidade, e conquanto, pelo progressivo aumento do número dos cristãos, se criassem depois outras, esta contava ainda no ano de 1600 mais de 80.000 fregueses; e por isso o arcebispo D. Fr. Cristóvão de Lisboa, dando seguimento à mesma catedral no ano de 1614, estabeleceu ali dois curas para a administração dos sacramentos. Em 1532 ampliou-se o primitivo templo, e em 1562 tratou-se de edificar no mesmo local outro mais grandioso, a cujas obras o referido arcebispo D. Fr. Cristóvão deu grande impulso. O novo templo foi sagrado pelo seu sucessor D. Fr. Sebastião de S. Pedro, o qual governou a diocese durante seis anos, começados em 1623. - Este edifício, um dos mais esplêndidos e grandiosos de Goa, está em perfeito estado de conservação, exceptuando a torre do lado esquerdo, que abateu em junho de 1776». Lopes Mendes, Índia Portuguesa.
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Pág. 409 - S. Vicente, ponto da costa do Brasil onde desembarcou Martim Afonso
Esta gravura como que completa o grupo das que damos nestas vinte páginas da História, e que representam, para assim dizer, a relação do descobrimento do Brasil e da fundação da sua primeira capitania.
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Pág. 413 - Braz Cubas
É reprodução dum celebre busto do notável fundador de Santos, no Brasil, existente na câmara municipal da mesma cidade. - A pedra tumular que cobre a sua sepultura na antiga igreja da Misericórdia (hoje matriz) traz este epitáfio: «Sª de Braz Cubas, Cavaleiro fidalgo da casa d'El-Rey. - Fundou e fez esta vila, sendo capitania, e casa de Misericórdia, ano 1543. - Descobriu ouro e metaes ano 60. Fez fortaleza por mando de El-Rey D. João III. Faleceu no ano de 1597».
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Pág. 416 - Monumento comemorativo da descoberta do Brasil e da fundação de S. Vicente, levantado no lugar em que desembarcou Martim Afonso
Esta epígrafe diz tudo quanto de interessante se podia desejar sobre a explicação da gravura. Apenas como adenda diremos que a fotografia aproveitada para a reprodução em fotogravura, pertence à colecção do fotógrafo amador, de Santos, sr. J. Marques Pereira, que muito amavelmente no-la fez chegar às mãos por intermédio do correspondente desta Empresa em Santos
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Pág. 417 - Decapitação de Francisco de Lucena
Esta prova bem clara do egoísmo peculiar a D. João IV e à sua indiferença pela sorte daqueles a quem mais devia, vem bem descrita a pág. 358 deste mesmo volume da História.
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Pág. 421 - Conde de Vila-Flor
O retrato deste ilustre soldado que tanto brilhou durante as guerras da Restauração, é reproduzido do que existe na Biblioteca Nacional de Lisboa.
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Pág. 424 - Sé do Funchal
É um dos mais notáveis, senão o mais notável dos edifícios religiosos da ilha da Madeira, e foi mandada construir em tempo de D. Manuel, o que para logo se reconhece pelo seu estilo típico. É um vasto templo de três naves, de arquitectura gótica, contendo dez capelas em que há trabalhos magníficos de talha dourada. Tem as paredes vestidas de mármores e o tecto de cedro em relevo de talha.
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Pág. 425 - D. Francisco de Melo
Existe na Biblioteca Pública de Lisboa o retrato deste notável fidalgo, marquês de Sande, cujo fim trágico, pois que foi assassinado nas ruas de Lisboa, tornou muito simpática a sua memória.
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Pág. 429 - Seminário de Santarém
É dos fins do século XVII a fundação deste edifício um dos mais notáveis de Santarém, e que é vasto e sumptuoso, perfeito tipo das construções jesuíticas. O tecto da igreja é um modelo em pintura e desenho. Toda a fachada da igreja é de boa cantaria, com lavores de troncos e ramos em meio relevo. Três portas dão entrada para o templo. A cruz que se vê alçada no topo do edifício é de ferro, e, segundo consta, pesa 165 quilos. Foi ali colocada em 1787 para substituir a primitiva, que era de pedra e tinha sido derribada por ocasião do terremoto de 1755.
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Pág. 432 - Janela do palácio de Sub-ripas
Como se sabe, o palácio de Sub-ripas é um dos edifícios mais antigos de Coimbra, e notável pelos acontecimentos históricos a que anda ligada a sua memória. Por este duplo motivo mandámos reproduzir do famoso livro de Haupt, a Renascença em Portugal, a graciosa janela, cuja gravura ornamenta a nossa edição da História.
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Pág. 433 - Batalha de Montijo
Veja-se a pág. 340 deste volume da História a descrição desta batalha em que o decantado valor do soldado português, quando bem conduzido, ainda mais uma vez se demonstrou.
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Pág. 437 - Igreja de Santa Maria da Conceição, em Tomar
Está erigida esta igreja sobre um monte de vastas e alegres vistas. E um magnífico templo de três naves, fundado pelos freires de Cristo, que cuidaram da sua conservação, asseio e culto até 1834.
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Pág. 440 - D. Fernando de Menezes - Conde da Ericeira
Nasceu em Lisboa em 27 de novembro de 1614 e faleceu na mesma cidade em 22 de junho de 1690. Este ilustre fidalgo escreveu, entre outros livros, a História de Tangere e a Vida e acções d'el-rei D. João I, oferecida à memória póstuma de D. Teodósio. Para a sua biografia veja se o prólogo da sua História de Tangere. O seu retrato é cópia do que, gravado em cobre, ilustra a sua obra História Lusitanorum sub ano MDCXL ad MCCLVII.
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Pág. 441 - Antigo convento dos Carmelitas de Coimbra
Foi o colégio de S. José fundado em 1663 (18 de julho) e esteve primeiramente funcionando nas casas do conde de Portalegre, à porta de Belcouce e só mais tarde, à custa de esmolas dos particulares e de outros conventos, se edificou a actual casa, no monte então vulgarmente chamado Genicoca e pelos estudantes Monte-Aureo por ser muito coberto de bem-me-queres amarelos. Está situado num dos pontos elevados dos mais belos de Coimbra. Esta nova casa foi principiada em 1606, lançando-lhe a primeira pedra o bispo D. Afonso de Castelo Branco. Em 1608 estava acabada a obra. - Depois da extinção das ordens religiosas, o governo de D. Maria II deu este convento às Ursulinas de Pereira, que pediam uma casa mais própria e higienicamente disposta para o seu colégio de educação, que funciona com os seus estatutos actualmente, e sendo o melhor de Coimbra.
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Pág. 445 - João Fernandes Vieira
O retrato deste notável defensor dos Portugueses em Pernambuco é copiado duma gravurinha que faz parte duma colecção que no Brasil é adoptada nas escolas, para onde foi reproduzido do Castrioto Lusitano.
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Pág. 448 - Porto de Mós - Freguesia de S. João
Consta que D. Fuas Roupinho mandou construir pelos anos de 1184 uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, que depois foi reedificada e ampliada, e é actualmente de S. João que já era paroquial no século XV. - A capela-mor é de abóbada de pedra, e tem um altar com as imagens de S. João Baptista e Nossa Senhora da Piedade. Tem dois altares laterais no corpo da igreja. Há também nesta igreja a capela de S. Bartolomeu instituída por uns devotos ingleses.
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Pág. 449 - Morte do coronel jesuíta Cosmander
A págs. 360 deste volume vem a descrição da cena representada pela nossa gravura. Como aí se vê, a morte deste singular padre-soldado custou muito sangue derramado, pois que desse acontecimento resultou o desânimo dos soldados comandados por Cosmander.
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Pág. 453 - Henrique Dias
Aplique-se para a justificação deste retrato o que ficou dito linhas acima quando justificámos o de João Fernandes Vieira. Pela autenticidade de outros retratos que constituem essa colecção, depreende-se que este tenha sido reproduzido de algum retrato considerado autêntico existente no Brasil.
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Pág. 456 - Coimbra - Galeria do Paço Episcopal
Contíguo à igreja de S. João de Medina, ergue-se o paço episcopal, que, sendo edifício de aparência pouco notável, é uma bela habitação pelas tuas comodidades, excelente posição, e obras de arte que lá figuram, não sendo a galeria que a nessa gravura representa das coisas menos dignas de menção. Foi seu fundador o bispo D. Afonso de Castelo Branco, a quem Coimbra é devedora de muitas obras grandiosas.
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Pág. 457 - Igreja matriz de Azurara
Regressando D. Manuel em 1498 de S. Tiago de Compostela e passando por este sítio, mandou fazer o sumptuoso templo que a nossa gravura representa. Tem uma alta torre de cantaria e, dentro e fora da igreja, as armas de que usava D. Manuel. O interior, apesar de uma ou outra adulteração de mau gosto, corresponde harmonicamente à majestosa opulência do exterior.
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Pág. 461 - Púlpito de Nossa Senhora dos Olivais
É um belo exemplar da arte Renascença puro, do tempo de D. João III este magnífico púlpito, que se admira na igreja de Nossa Senhora dos Olivais, em Tomar, e que tanto impressionou o grande arquitecto alemão Haupt, que o copiou para o seu belo livro A Renascença em Portugal.
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Pág. 464 - Fr. José do Espírito Santo
Pregador notável, este venerável frade nasceu em Guimarães em dezembro de 1608, exerceu diversos lugares de grande confiança régia, foi fundar a Baía em 1665, e faleceu, depois de grandes trabalhos apostólicos em janeiro de 1674. O retrato que aqui damos é reproduzido do que vem na colecção de Retratos e Elogios de Varões e Donas, que por seu turno, o copiou de um retrato a óleo existente num convento de sua fundação, em Braga.
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Pág. 465 - O padre António Vieira na Inquisição
Foi, conforme se descreve na História, um dos golpes mais terríveis vibrados naquele homem, no qual, apesar de jesuíta, deviam ser respeitados os seus noventa anos, idade em que teve de apresentar-se no terrível tribunal. No livro pela nossa Empresa publicado História Geral dos Jesuítas vem notícia mais desenvolvida das causas que levaram à Inquisição o padre António Vieira.
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Pág. 469 - D. Álvaro Vaz de Almada
Bem compreendemos que não é aqui já o lugar próprio para apresentarmos o retrato deste denodado companheiro e amigo de D. Pedro, o da Alfarrobeira; mas como se nos depara o retrato considerado autêntico, e que nos foi indicado pelos herdeiros do honrado nome de Vaz de Almada, não hesitámos em reproduzi-lo. Para justificarmos a sua autenticidade, para aqui trasladamos a carta em que nos foi dada a amável autorização para a sua reprodução: «Sr. - Calculando que na História que v. estão publicando quereriam mencionar donde eram reproduzidos os retratos, que nela figuram; para lhe darem uma certa autenticidade (por isso e só por isso) lembrei ao desenhador que aqui veio, para tirar a reprodução do retrato do Conde de Abranches D. Álvaro Vaz de Almada, que poderia pôr da casa dos Condes d'Almada, mas achando agora que este modo de dizer poderá fornecer uma apresentação desnecessária da pessoa, em vez da do retrato, julgo melhor que a fazer alguma declaração, seja antes: reprodução do retrato existente em casa dos Condes de Almada. Creio que esta minha explicação se fará compreender e sou, etc. - D. Luiz Vaz de Almada.»
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Pág. 472 - Aqueduto de Coimbra
Conforme nos diz Augusto Simões Mendes de Castro, foi no reinado de D. Sebastião, que se empreendeu a fábrica deste grande aqueduto para abastecer de água o bairro alto da cidade, onde a sua falta era muito sentida. El-rei incumbiu esta empresa ao desembargador Heitor Borges, que começou os trabalhos procurando as nascentes perto de outras de que os cónegos de Santa Cruz estavam senhores na sua quinta. Receosos os cónegos de que fossem desviadas as suas águas para as covas que se andavam abrindo, opuseram-se energicamente a que se continuasse a obra; mas o desembargador, apesar dos diversos meios e grande resistência que os frades empregavam, não levantou mão dos trabalhos, prosseguindo nas escavações. Vendo então os cónegos que eram baldados todos esses esforços, deliberaram usar de meios violentos, e, saindo em uma noite de luar, por uma das portas da quinta com grande quantidade de gente, foram entulhar as covas. Heitor Borges deu então parte do sucesso para Lisboa, do que resultou que Martim Gonçalves da Câmara, grande valido d'el-rei D. Sebastião, e que tinha tomado este negócio a peito, encarregou da realização da obra a outro desembargador, por nome Gaula, a quem muniu de alçada e amplos poderes para que levasse avante uma empresa tão urgente para o bem comum. Chegado Gaula a Coimbra, desempenhou-se da sua missão por modo enérgico, despedaçando a porta da quinta, arrasando o muro fronteiro às fontes, e mandando fechar estas com torres de pedra e cal. Começou depois a fábrica dos canos que deviam conduzir a água à cidade. De nada valeram aos frades as queixas que fizeram a el-rei e ao pontífice. Levou-se por diante a grandiosa obra em benefício do público. - O aqueduto, cuja extensão é pouco mais ou menos de um quilometro, corre em grande parte sobre vinte e um arcos de grande altura, que se erguem junto do Jardim Botânico. - Foi constructor desta grandiosa fábrica Filipe Tércio, engenheiro italiano. - O último arco é de cantaria lavrada e torna-se muito notável pela sua forma pouco vulgar, este arco é coroado por um baldaquino sobre colunas. sob o qual estão as imagens de S. Roque e S. Sebastião, voltadas em direcções opostas.
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Pág. 473 - Convento de S. Francisco, em Évora
Teve este convento sua origem pelos anos de 1244 ou 1245 e a actual igreja, que substituiu a antiga, foi mandada fazer por el-rei D. João II e D. Manuel, como se depreende da esfera armilar e do pelicano, emblemas daqueles reis. Medindo 46 metros de comprido e talvez 24 de altura, esta bela igreja, cuja abóbada é de cantaria, não tem uma única coluna que a sustente, e as paredes em que se apoia não têm mais que 0,70 de espessura. É digna de ser visitada, e nela deve ser vista a Casa dos ossos, assim chamada por serem as suas paredes revestidas de caveiras, fémures e tíbias, e nela o modelo de madeira da capela-mor da Sé da mesma cidade.
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Pág. 477 - D. Joana de Mendonça, condessa da Atalaia
A ser desta senhora, como supomos o retrato que aqui damos e que reproduzimos duma gravura existente na Biblioteca Pública, sabemos que foi ela mulher do 4º conde da Atalaia, D. Luiz Manuel de Távora, que muito notável se tornou nos governos da aclamação. Deste consórcio nasceu D. João Manuel de Noronha, que foi o 6º conde da Atalaia.
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Pág. 480 - Igreja de S. João Baptista, em Tomar
É um primor de arquitectura gótica florida, como todas as obras mandadas fazer por D. Manuel. Foi reparada em 1875, sendo a capela-mor completamente restaurada. Está em frente da casa da câmara, e, como ela, tem no frontispício as armas de Portugal, tendo de um lado a cruz da ordem de Cristo e do outro a esfera armilar, emblema de D. Manuel. Foi ele, como dissemos, que a mandou fazer, e a elevou a colegiada em 1520. Já ali havia uma ermida, dedicada a S. João Baptista, que se demoliu, para se construir a igreja actual.
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Pág. 481 - Cerco de Colombo
A nossa estampa representa um dos episódios da heroica resistência dos defensores de Colombo, cuja descrição se encontra em págs. 475 e seguintes deste 5º volume da História de Portugal.
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Pág. 485 - António Galvão de Andrade
Eis o que nos diz Inocêncio Francisco da Silva acerca deste notável mestre de equitação: «Comendador da Ordem de Cristo, Estribeiro da Casa Real. Nasceu em Vila Viçosa e morreu no ano de 1685, a 9 de abril, contando, ao que parece, 76 anos de idade. - Escreveu Arte de Cavallaria de gineta e estardiota; bom primor de ferrar, e alveitaria: dividida em três tratados, que contêm vários discursos e experiências novas desta arte. Dedicada ao Sereníssimo Príncipe de Portugal D. Pedro nosso senhor, etc. Lisboa, por João da Costa, 1678, fol. De XVI-605 pág., com o retrato do autor (donde é copiado, o que damos na nossa História) gravado a buril e treze estampas. - O distinto apreço que o conde D. Luiz de Menezes e D. António Álvares da Cunha fizeram desta obra seria, na falta de outros, suficiente recomendação do seu merecimento. É escrita em linguagem corrente, e havida por clássica nos termos relativos às matérias de que trata.»
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Pág. 488 - Braga - Igreja e Hospital de S. Marcos
Da Archeologia Christã, o recente livro de Albano Bellino, destacamos a curiosa notícia que o ilustre investigador aí nos dá do notável edifício que a nossa gravura representa. «No largo dos Remédios, onde nos princípios do século XII havia uma pequena ermida e Albergaria adjunta com frente para leste, construiu-se em meado do século XVIII a actual igreja e ampliou-se o hospital que D. Diogo de Sousa reconstruirá em 1508, unindo-lhe as gafarias de S. Lourenço, Santa Margarida, Lázaros (que estava onde hoje se vê a igreja paroquial de S. José de S. Lázaro), a Albergaria da rua Nova de Sousa, a Confraria de Roque Amador e do Corpo de Deus. - A construção do primitivo hospital de S. Marcos foi iniciada pelo cónego Diogo Gonçalves. O arcebispo D. Fernando da Guerra, em seu testamento com data de 2 de setembro de 1467, deixou aos doentes do Hospital de S. Marcos outras dez libras. - Neste local existiu o convento dos templários, extinto, como todos os da Ordem, em 1312. O arcebispo de Braga, D. Payo Mendes, conhecendo quão grandes eram os rendimentos da capela, deu, no ano de 1118, a sua administração em Comenda, a seu sobrinho D. Gualdim Paes, Mestre da Ordem em Portugal. - O arcebispo D. João Ovelheiro confirmou em agosto de 1145 este hospital, fundado e dotado pelo seu predecessor D. Payo, em benefício dos pobres e doou-lhe metade dos dízimos de todas as rendas. Em carta datada de 1146 permite e confirma D. Afonso Henriques a doação, e ordena que as fazendas e herdades com que D. Payo dotara o hospital, e as quais depois da sua morte os bracarenses usurparam, sejam recolhidas na integra. - A administração câmararia do hospital terminou quando D. fr. Bartolomeu dos Mártires o entregou de vez à Misericórdia. - As obras do actual edifício terminaram em 1780; e as da igreja, que já em 1805 prestava a sua capela-mor à celebração do culto, apenas se concluíram em 1836, tudo dirigido e executado por José Fernandes da Graça (o Landim). Foi autor do desenho e planta deste vasto edifício o ilustre bracarense (capitão de engenharia) Carlos Amarante, parente do sr. dr. Carlos Braga. - Sobre o parapeito que serve de remate à portaria assentam as grandes estátuas de granito representando S. Simão, S. Bartolomeu, S. Tiago Menor, S. João Evangelista, Santo André, S. Pedro, S. Paulo, S. Tiago Maior, S. Tomé, S. Filipe, S. Mathias e S. Lucas. Ao centro da fachada da igreja que pertence à arquitectura compósita, há num nicho bem lavrado a estátua do orago, com esta inscrição por baixo:
Beatus Joannes Marcus Christi, Domini Discípulos Anagrama Js. in Mundo pius. est Medicus tuis incolis. Bracara.
- A urna que encena os ossos de S. João Marcos e que está em arco aberto na parede do lado da epistola, na capela-mor, é de mármore com embutidos de várias cores, tendo na frente as insígnias prelatícias e os dizeres seguintes: Sacra ossa Divi Joannis Marci. - Ao centro da capela-mor existe uma campa de mármore onde jaz o cónego João de Meira da Silva Carrilho, que em 1 de outubro de 1682 instituiu capela e coro com 6 capelães na anterior igreja do Hospital, denominada do Espírito Santo. - Há também na varanda do Hospital uma grande lápide com uma inscrição. - A casa da Convalecença como se lê no meu livro Inscripções e Lettreiros, pág. 108, foi fundada por Pedro Aguiar, sirgueiro, familiar do Santo Officio, morador no Rexio do Castelo, por doação e contracto exarado nas notas do tabellião geral de Braga e seu termo, Matheus Gonçalves, aos 11 de fevereiro de 1643. - Sob a arcaria do claustro há, sobre uma fonte estes dizeres: O Illmo senhor D. Rodrigo de Moura Teles Arc.° primaz fez mercê desta agoa aos 25 de maio de 1723. - A pouca distância desta fonte conserva-se embebida na parede uma lápide romana funerária que pertenceu à sepultura de Heleno, servo de Talavo, de 30 anos de idade. - Ao lado desta existiu outra, igualmente funerária, de Amaranto, filho de Senecião. - Foram ambas encontradas nas escavações feitas para se assentarem os alicerces do Hospital. - Quando mais tarde, em 1855, se abriram os alicerces para a nova enfermaria, apareceram também duas lápides, que se acham embebidas na frente do edifício. - Encostada à parede exterior do lado esquerdo deste vasto edifício vê-se a capela de S. Bento, construída a expensas dos devotos por intervenção da Mesa administradora da Misericórdia que para este fim dirigiu ao Arcebispo D. José de Bragança uma petição em que se lê: «Diz o provedor e irmãos do serviço da mesa da Misericórdia, que vários devotos com suas ofertas e esmolas querem fazer um nicho à imitação das capelas dos Passos e neles colocar a pintura de S. Bento, que existe na parede detrás do Hospital para se louvar a imagem tão milagrosa; e como naquele sítio detrás do hospital há um claro e nele um cruzeiro antigo, querem neste mesmo sítio encostado às paredes fazer o tal nicho ou capela, pondo o cruzeiro mais à ilharga, cinco ou seis palmos». - A capela construiu-se realmente e foi benzida por provisão do Arcebispo no ano de 1755... Que destino levaria o cruzeiro e a milagrosa pintura de S. Bento? É certo que com esse descaminho não decresceu a devoção popular, pois o S. Bento moderno recebe anualmente milhares de ovos numa caixa de madeira que está dentro da capela, com dois tubos de ferro que vêm à grade recebê-los. - Utilíssima devoção esta de oferecer ovos ao S. Bento do Hospital para se ocorrer às necessidades dos seus doentes!... Com justificado motivo o povo, na sua frase humorística, vai chamando ao S. Bento do Hospital a melhor galinha dos pobres! - Fica a poucos passos de distância a quinta do Fojacal, onde, em novembro de 1730, apareceu uma pequena talha lavrada contendo mais de mil moedas visigóticas.»
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Pág. 489 - Sé de Luanda
Não tem, como se vê, grande beleza artística, mas, tendo nós feito na nossa História a reprodução de todas as sés do continente, ilhas e possessões ultramarinas, achámos do nosso dever copiar também esta.
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Pág. 493 - Fr. Luiz Mendes de Vasconcelos
Existe na Biblioteca Nacional de Lisboa, donde foi copiado o que aqui damos, o retrato deste ilustre varão português, que se não deve confundir de modo algum com o notável autor Do Sítio de Lisboa. O nosso Fr. Luiz Mendes de Vasconcelos, que não consta que escrevesse coisa alguma, parece ter nascido em Évora pelos anos de 1530 e falecido a 7 de maio de 1623 na Ilha de Malta, onde jaz sepultado, e de cuja ordem era o 54º mestre. A seu respeito foi escrito em espanhol um livro, traduzido para português por Miguel Lopes Ferreira, com o seguinte título: Vida e acções de sua alteia sereníssima Fr. Luiz Mendes de Vasconcellos, gran-mestre da sagrada religião de Malta, etc., traduzida do castelhano. Lisboa, na Officina Feneiriana, 1731, 4.º.
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Pág. 496 - Santuário do Bom Jesus da Pedra, em Óbidos
No meio de uma risonha planície, cercada de viçosa vegetação, e de colinas cobertas de frondoso arvoredo, ou semeadas de penedos alcantilados, se ergue soberbo e imponente o majestoso santuário do Senhor da Pedra. - A 100 metros da vila, no centro de um quadrilongo, cercado de casas e muros, está edificado este formoso templo; em um sítio antigamente chamado os Areeiros e também Casal da Pedra, por aqui ter havido uma vivenda assim denominada; e por isso se deu ao padroeiro da igreja o título de Senhor da Pedra. Outros pretendem que o chamar-se Senhor da Pedra, é porque a imagem é feita desta matéria. - Este sítio é atravessado por uma extensa ponte, que aumenta a beleza do edifício. - É tão robusta a construção do templo, ao qual servem de gigantes as suas duas torres (que ficaram só da altura da cimalha da igreja), que nenhum abalo sofreu, no fatal terremoto do dia 1º de novembro de 1755, que tantos estragos causou por estes sítios, como por todo o reino. A cúpula é de forma hexagonal, e está revestida exteriormente de telhas esverdeadas e refulgentes. Sobre o seu vértice, se vê um grande globo, sustentando uma alta cruz de ferro, que remata o fastígio do templo, que mede uns 35 metros de altura. Da parte oposta à fachada principal, olhando à direita, veem-se os outeiros de Santo Antão, em um dos quais está a sua capela, edificada entre alterosas e esbranquiçadas penedias. Devemos confessar que a ordem arquitectónica da igreja do Senhor da Pedra, não prima por a sua regularidade, formando um exemplar único no seu género, neste reino, não tendo outro edifício que a imite, senão o Senhor da Barroca, que, todavia, é de mais acanhadas proporções, e de muito menos riqueza. A arquitectura toscana, romana e compósita aqui se mistura com a itálico-clássica, em resultado da concepção híbrida do arquitecto. Apesar disto, não se lhe pode negar beleza e majestade. As paredes, tanto interior como exteriormente, são revestidas de pedras quadradas, o que lhes dá uma aparência bastante pesada. - Pela sua forma circular, assemelha-se ao famoso panteão de Roma, edificado por o cônsul Marco Vipsamio Agrippa (genro do imperador Augusto) e dedicado a todos os deuses da sua mitologia, principalmente a Júpiter vingador. - Portugal antigo e moderno, vol. 6.º, págs. 191 e 192.
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Pág. 497 - Pantaleão de Sá em luta com os ingleses, nas ruas de Londres
Leia-se a págs. 507 deste volume quinto da História, a descrição deste lamentável acontecimento, que deu em resultado a execução capital dum valente fidalgo português, qual era Pantaleão de Sá.
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Pág. 501 - Lamego - Santuário dos Remédios - Capela de Nossa Senhora de Lourdes
A leste da cidade de Lamego, a 1 quilómetro de distância, sobre uma elevadíssima colina, está o sumptuoso templo e santuário de Nossa Senhora dos Remédios, para o qual se sobe por uma rica escada de granito, em nove majestosos lanços, com espaçosos pátios, ornada lateralmente de frondosas arvores, e semeada de lindas capelinhas como esta que a nossa gravura representa. É aqui que se faz a grande romaria dos Remédios, a 8 de setembro.
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Pág. 504 - D. Pedro de Noronha
Existe na Biblioteca Nacional de Lisboa o retrato deste D. Pedro de Noronha, que foi 5º senhor de Vila Verde, veador da rainha D. Catarina mulher de D. João III e depois vedor da fazenda do mesmo rei. Casou com D. Violante de Noronha e teve por descendente e seu sucessor outro D. Pedro de Noronha.
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Pág. 505 - Torre dos Clérigos, no Porto
No ano de 1732 principiou no alto da calçada da Natividade (hoje rua dos Clérigos) a construção da igreja dos Clérigos, e em 1748 se começou a obra da formosíssima torre dos Clérigos, que foi concluída em 1703, sendo seu arquitecto Nicolau Maroni, italiano. Esta torre é a mais alta do reino, e das mais elegantes e notáveis da Europa, excedendo muito em altura, as de Hamburgo, Bolonha, Utrecht, Riga e Bristol. É toda de cantaria lavrada, e de solidíssima construção, assente em uma rocha, pelo que tem resistido a todos os temporais e convulsões do globo; apenas em 1834, um forte temporal destruiu uma pequena parte desta torre, que foi pouco depois concertada. Em 1862, uma faísca eléctrica lançou por terra o globo e a cruz, que logo foi reposta no seu lugar. Hoje tem um conductor. A sua altura, desde o nível da rua até à base do globo de metal que a coroa, é de 337,5 palmos (75 metros). Vê-se do mar a 60 quilómetros de distância, servindo por isso de guia aos navegantes que demandam a barra do Porto. Tem oito campanários, com os seus competentes sinos, pesando todos 7990,372 quilogramas - P/ antigo e moderno, vol. 7º, págs. 307 e 308.
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Pág. 509 - D. Luiz de Menezes
D. Luiz de Menezes, primeiro conde da Ericeira, comendador da Ordem de Cristo, general de artilheria e vedor da Fazenda de D. Pedro II, nasceu a 22 de julho de 1632 e suicidou-se no seu palácio em 26 de maio de 1690. Escreveu entre outras obras a História de Portugal Restaurado impressa pela primeira vez em 1679. Neste livro vem o seu retrato gravado em cobre, que fielmente mandámos reproduzir. O grande desenvolvimento que o conde deu às artes e indústrias nacionais durante o tempo da sua administração valeram-lhe o cognome de Colbert português.
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Pág. 512 - Lamego - O Santuário dos Remédios - O largo dos Reis
É um dos lindos ornamentos e pontos de vista do famoso santuário, o pitoresco largo que a nossa gravura representa. Acerca do santuário, veja-se o que dissemos linhas acima.
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Pág. 513 - Cerco de Colombo - Tomada da bateria
Tão notável se tornou a defesa desta praça portuguesa, de que vem desenvolvida descrição em págs. 47 e seguintes deste 5º volume, que deu margem a mais de um episódio notável, como este que aqui reproduzimos.
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Pág. 517 - D. Afonso VI
Existe na Biblioteca Pública de Lisboa o retrato donde mandámos copiar este que figura na nossa História.
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Pág. 520 - Laveiras - Claustro do convento da Cartuxa
Já em pág. 624, neste mesmo índice, dissemos o que se nos ofereceu à cerca deste vetusto convento, edificado às abas de Lisboa, e do qual já apresentámos dois aspectos, a pág. 389 e a pág. 397 do presente volume.
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Pág. 521 - Braga - Igreja de Santa Cruz
«Dos cruzeiros que o arcebispo D. Diogo de Sousa fez distribuir pelos diferentes largos da cidade, ficou um entre as ruas de S. Marcos, Anjo, e largo dos Remédios, denominado Cruz de S. Marcos, ao qual o mestre-escola padre Jerónimo Portilho criou certa devoção de que se originou a fundação da capela do Bom Jesus da vera cruz, no ano de 1581, instalando-se provisoriamente, por obséquio, na velhíssima capela de S. Marcos, que então existia onde hoje está a igreja e hospital da mesma invocação. Foram instituidores, além do padre Portilho, os seus alunos Pedro da Grã-Botelho, Francisco Gomes, António Martins Tinoco, João Dias Leite e outros. - Em 1592, foram alterados os estatutos e cinco vezes reformados: em 1630, 1664, 1702, 1720 e 1762. - No ano de 1617, como consta do livro 2º das Memórias, resolveu-se a edificação da igreja «aonde se hão-de gastar mais de dois mil cruzados», comprando-se para esse fim algumas casas na rua do Anjo, para que a obra pudesse ocupar parte do espaço denominado Castelo Rodrigo, onde então ainda havia restos de uma torre da muralha romana, de que se encontram vestígios na quinta do Avelar. - Oito anos depois, em 1625 o Arcebispo D. Afonso Furtado de Mendonça procedeu à bênção do terreno, dando-se imediatamente princípio à obra, que, por decorrer morosíssima, fora impulsionada pelo referido Arcebispo com a licença que concedeu aos pedreiros para cortarem a pedra nas tardes dos dias santos de guarda. - D. Sebastião de Mattos Noronha (1636-41) ordenou a remoção do cruzeiro para as proximidades da capela de Santa Justa e ponte dos Pelames, onde ainda hoje se vê com uma cavidade no globo que encima a frágil coluna e que primitivamente teve uma pedra com o escudo de D. Diogo de Sousa. - A obra da igreja ficou concluída de pedreiro em 1653, despendendo-se mais de 50.000 cruzados, excepto as torres que em 1693 o mestre de pedraria Manuel Fernandes da Silva foi convidado a ultimar. A 28 de abril de 1725, foi adjudicada a Francisco Machado, mestre entalhador, a obra do retábulo das capelas. - A igreja principiou cedo a dar sinais de ruína, sendo necessário, em 17 de novembro de 1731, convidar o mesmo Manuel Fernandes da Silva, que dirigia as obras reais de Mafra, para a reparar em parte. Porém, depois de lhe ter dado princípio destelhando-a e demolindo parte das paredes, deixou-a exposta aos temporais, toda interiormente ocupada com escoras e madeira solta, os altares desfeitos, sendo por tudo isto necessário conservar guardas durante algumas noites naquele recinto, até que a confraria representasse a el-rei pedindo-lhe para «mandar que o sargento-mor não impeça que o dito mestre com seus oficiais, que também se acharem libertados das reais obras de Mafra, possa continuar no dito reparo». - A construção desta igreja foi adjudicada ao mestre Francisco Vaz, dirigindo-a Geraldo Álvares, o licenciado João Dias Leite e o Dr. Pedro de Coimbra de Andrade. Encarregou-se da construção do pátio, que custou 160$000 réis, o mestre António de Oliveira. No dia 9 de maio de 1861 chegaram a Braga os 10 sinos afinados fundidos em Lisboa. - Douraram-se dois altares em 1754. Ao cabo de 13 anos (1767) foram encarregados de fazer o retábulo da capela-mor, pela quantia de 1.610$000 réis, Manuel da Silva e Manuel Carneiro da Costa, da rua de Santo André. A irmandade foi elevada à categoria de real em 11 de outubro de 1822. O comendador Fernando d'Oliveira Guimarães legou-lhe, em 19 de janeiro de 1852, duas moradas de casas, para o hospital que se inaugurou a 13 de setembro do ano imediato. - Em novembro de 1890 teve começo a sua restauração, que se concluiu em dezembro de 1893. - A fachada, riquíssima de escultura, com emblemas da paixão de Cristo, é composta das ordens arquitectónicas dórica e jónica e tem gravados dizeres em latim». - Albano Bellino, Archeologia Christã, Lisboa, 1900.
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Pág. 525 - A Sempre Noiva
Do notabilíssimo artigo do sr. Gabriel Pereira, tão competente em assuntos deste género, inserto no n° 5 do 1º ano da interessantíssima revista mensal ilustrada, Os Serões, tomámos a liberdade de destacar alguns períodos para acompanhar o desenho do formosíssimo solar da Sempre Noiva, que ilustra as páginas da nossa História. - «É um solar muito antigo, que fica entre Évora e Arraiolos; ainda o conheci abandonado, sem telhados, as paredes negras com plantas bravas, as chaminés erguidas cheias de ninhos de corujas; era uma ruína trágica. Agora está rebocado, caiado, com telhados novos, felizmente respeitaram o que era antigo; não se fez completa restauração, mas assim conserva-se o que existia, que era muito. Entremos na Sempre Noiva; passado o portão, vemos uma vasta quadra, à direita temos casas baixas, moradias de serviçais, à esquerda o palácio; a escadaria nobre, a varanda, o pavimento alto com as suas elegantes janelas de mármore branco, geminadas, as padieiras em arcos de ferradura, à maneira mourisca. - Sobre a escada uma desafogada varanda ou eirado; parte desta varanda era coberta, com alpendre sobre colunas, que abrigava a abertura superior da escada na varanda, e a porta de entrada no pavimento nobre, e estamos na primeira sala, espaçosa, de bastante pé direito, com muita luz, alto rodapé de azulejo, o chão ladrilhado; e seguem duas salas mais, uma central e maior, outra que vai à esquina, onde tem uma grande janela de canto, também geminada, uma fina coluna de mármore na prumada do cunhal tão bem posta que conserva a sua linha apesar dos tempos e do abandono. - Há chaminés de mármore nestas salas, pequenos fogões que seguramente só serviam para aquecimento. Outras casas e alcovas tem este pavimento; a última era uma tribuna para a capela. - O azulejo é de xadrez verde e branco. - As altas paredes nuas certamente eram vestidas de tapeçarias. No pavimento térreo estão a cozinha, os depósitos, casas de serviçais domésticos, e estrebaria. - A construção do pavimento térreo é muito anterior à do andar nobre. - A capela, encostada à torre, tem porta para o campo, gente de fora poderia ir ouvir a sua missa sem entrar no pátio. A parte mais velha é a torre; edificaram depois as grandes casas do pavimento térreo, de soberbas paredes e espessas abóbadas. - Mais tarde a capela, que é ogival. Dos fins do século XV é o pavimento nobre. O edifício conta a sua história pela justaposição dos seus cunhais. Houve aqui o acaso de não modificarem construções antigas para as transformarem, ou as adaptarem; foram juntando umas a outras, conservando todas a sua antiguidade. Os telhados primitivos eram muito altos e empinados; isto via-se bem antes do concerto recente, porque nas chaminés erguidas, restavam vestígios da passagem dos telhados. - Exteriormente largas faixas ou frisos de esgrafitos variados decoravam as paredes. Pareciam rendas velhas... As construções artísticas da Sempre Noiva devem ser do tempo do bispo de Évora D. Afonso de Portugal, que entrou na igreja depois de viúvo... A Sempre Noiva, uma das raras construções civis do passado, é monumento da revolução artística em Portugal, e exemplar interessante do antigo solar alentejano. - O sr. A. Haupt, no segundo volume da sua obra Die Bankunsi der Renaissance in Portugal, trata detidamente da Sempre Noiva, e leva o seu entusiasmo a esboçar um projecto de restauração.» - É justamente este projecto, de Haupt, que a nossa gravura reproduz.
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Pág. 528 - D. Diniz de Mello e Castro (Conde das Galveias)
Este valente general português, que tanto batalhou nas guerras da Independência, nasceu a 3 de março de 1624. Seu Pai, Jerónimo de Mello e Castro, serviu nas armadas da guarda-costa, foi governador do castelo de S. Filipe, de Setúbal e do conselho ultramarino. Começando a servir muito novo no exército, tomou parte activa na guerra da restauração, manifestando em várias ocasiões decidido valor e grande intrepidez, acompanhados de vastos e profundos conhecimentos da arte da guerra. Sendo tenente-general de cavalaria, na batalha do forte de S. Miguel em 1638, recebeu sete feridas combatendo denodadamente, e caindo-lhe morto o cavalo em que montava, foi atropelado pela cavalaria espanhola e levado prisioneiro quase até junto dos muros de Badajoz, livrando-o de tão críticas circunstâncias, o valor dos nossos soldados. - Assistiu às três mais importantes batalhas que se deram no tempo da Restauração, sendo, depois de concluída a paz, nomeado conselheiro de estado e de guerra e agraciado com o título de conde das Galveias em 1690. - Ainda nos princípios do século XVII, na guerra da sucessão, prestou este insigne general valiosos serviços, pois que, sendo em 1705 governador das armas do Alentejo, tomou as praças de Valença, de Alcântara, e Albuquerque, mas foram estes quase que os seus últimos feitos, pois que morreu a 18 de janeiro de 1709. O retrato que apresentamos é copiado de outro que existe na Biblioteca Pública de Lisboa.
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Pág. 529 - Atentado contra o conde de Soure
Em pág. 518 deste volume se encontra a descrição circunstanciada do episódio que a nossa gravura representa.
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Pág. 533 - Filipe de Távora e Noronha
É copiado de um retrato existente na Biblioteca Pública de Lisboa, o que aqui damos deste personagem que figurou na história do nosso país durante os reinados de D. Pedro II e de D. João V.
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Pág. 536 - Lousã - Palácio dos Salazares
É um dos edifícios mais importantes, ainda que relativamente moderno, da vetusta vila da Beira. A amabilidade dum dedicado amigo desta publicação, à qual tem prestado outros serviços idênticos, devemos o prazer de poder dar aqui a reprodução desse interessante solar dos Salazares.
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Pág. 537 - Altar-mor da igreja matriz do Fundão
Data de 1707 a igreja matriz do Fundão; é espaçosa, mas tem uma só nave. O seu altar, que a nossa gravura representa, é muito elegante e feito de talha dourada, o que o torna muito apreciável e digno de ser admirado pela sua perfeição artística.
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Pág. 541 - D. Maria Francisca de Saboia
O retrato desta celebrada heroína, mulher de dois maridos ambos vivos e ambos reis, é cópia do que foi pintado em Paris em 1665 sobre o painel posterior do coche que lhe foi oferecido por Luiz XIV de França, coche que ainda é pertença da casa real.
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Pág. 545 - Batalha dos Gararapes
É cópia dum precioso quadro do ilustre pintor brasileiro Victor Meireles o que aqui damos representando a famosa batalha de que neste volume da nossa História se encontra minuciosa descrição.
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Pág. 549 - D. Pedro II
Existe na Biblioteca Pública de Lisboa o quadro donde foi reproduzido o retrato que aqui damos deste monarca português.
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Pág. 552 - Pórtico da igreja de Aldeia Galega da Merciana
A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres de Aldeia Galega da Merciana, sede da actual freguesia, é muito decente, sem beleza de arquitectura, mas, contudo, clara e espaçosa. Segundo as respostas do prior, em 1758, que conferem com a actualidade, tem três altares; o maior, de Nossa Senhora dos Prazeres, orago da freguesia; e os outros de Nossa Senhora do Rosário e de S. Miguel, tendo este último outrora uma irmandade e capelão que já hoje não existem. Havia também uma capela de Nossa Senhora da Solidade. O pároco era aposentado pelas rainhas e vencia uns 400$000 réis; havia quatro beneficiados aposentados pelo prior, que venciam 150$000 réis cada um. - No corpo da igreja há uma capela funda que pertencia à família dos condes da Ericeira. A arquitectura desta capela é, sem dúvida, muito mais antiga que a do resto da igreja. A abóbada apresenta todos os indícios de ter sido construída nos reinados de D. João ou D. Manuel. O florão que a fecha tem uma vieira, distintivo do brasão dos fundadores da capela. Debaixo do soalho há uma campa com brasão e inscrição. A invocação do altar é de Nosso Senhor da Cruz Nova, assim chamado por ser um crucifixo de pedra fina que no começo do século passado foi descoberto próximo à quinta do Fallou, e foi por ordem do primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, recolhida aqui. Há também na mesma capela uma imagem grande de Santa Ana. Algum tempo havia confraria e dois capelães. - Na capela-mor e no corpo da igreja há diversos quadros de algum mérito e bons azulejos representando cenas da História Sagrada. De baixo do arco cruzeiro há uma campa com a inscrição: Sª de Jorge Cabral de Távora prior que foi desta igreja. - Este homem viveu no reinado de Filipe I de Portugal e, segundo consta, era pessoa de algum merecimento e de nobre família. - A escultura da porta principal da igreja (que a nossa gravura representa) é do século XV e o emblema dos pelicanos no sobre-arco parece indicar o reinado de D. João II. Segundo o cartório, parece que houve uma reforma ou reedificação em 1610 ou 1616, mas a pintura do tecto é do mesmo risco, como da igreja da misericórdia de Alenquer, e podemos imaginar por conseguinte que é posterior ao terremoto.» Guilherme João Carlos Henriques, Alenquer e seu concelho.
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Pág. 553 - Interior da catedral do Funchal
Assim como demos um aspecto exterior desta magnífica obra do tempo de D. Manuel, assim quisemos dar, para complemento, o aspecto do seu interior. Como se sabe este edifício é um dos mais grandiosos da Madeira.
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Pág. 557 - Conde de Castelo Melhor
É copiado de um belo retrato a óleo existente na opulenta galeria do sr. conde da Figueira o que aqui damos do famoso valido e ministro de D. Afonso VI.
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Pág. 560 - Pelourinho do Fundão
Na interessante monografia O Fundão, do sr. José Germano da Cunha, lê-se o seguinte acerca de este pelourinho: «Em 1881 ou 1882, a vereação que presidia aos destinos do município, julgando que o pelourinho era um símbolo de infâmia e despotismo, mandou-o apear. E como se tamanha barbaridade não bastasse, por tal modo se houveram os executores da deliberação camarária, que fizeram pedaços esse emblema da autonomia municipal. A pedido meu, tiraram-se os desenhos das diferentes peças que, reunidas, deram o conjunto, do qual se tiraram fotografias. Foi isto passados 12 anos depois do vandálico atentado».
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Pág. 561 - Morte do general D. Afonso de Sande
Nas últimas páginas do volume 5º da nossa História se encontra a descrição desse horroroso atentado.
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Pág. 565 - Manuel de Sousa da Silva
Foi o ilustre fidalgo que a nossa gravura representa vedor da rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboia, mestre sala do príncipe D. Teodósio, alcaide-mor e comendador das comendas da vila do Casal e de S. Maninho do Bispo, e senhor do Morgado das Eças. Achou-se envolvido no levantamento de D. João IV e no primeiro sítio de Elvas. Serviu de aposentador-mor. O retrato que aqui damos é copiado da preciosa galeria de quadros do sr. conde da Figueira.
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Pág. 568 - Vila Verde - Ruínas do Palácio do Marquês de Angeja
À entrada de Vila Verde de Francos, indo de Alenquer, há, à beira da estrada, uma ermidasinha tosca dedicada ao Anjo da Guarda. É propriedade dos Marqueses de Angeja e tinha antigamente juiz e confraria que festejavam no terceiro domingo de julho. Próximo a esta ermida há um fenómeno da natureza bastante singular: uma grossa laje encostada a um ulmeiro tem descansado sem ser mexida há tantos anos que já uma boa parte está embebida na árvore. Depois segue o palácio e cerca dos donatários da terra. O palácio é um edifício sólido, irregular e incompleto, que está rapidamente caindo em ruínas. Há nele um quarto bastante danificado, chamado o gabinete do conde, provavelmente por ter sido obra do conde de Vila Verde que foi governador da Índia, cujo tecto está repartido em quadros, representando cenas da história da conquista da Índia, e cada quadro tem em redor os nomes dos principais capitães que se acharam naqueles feitos. Alenquer e seu concelho, por Guilherme João Carlos Henriques (da Carnota).
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Pág. 569 - André d'Albuquerque
É copiado dum retrato a óleo existente na Real Galeria dos Uffizi de Florença, o n° 1022, o que aqui damos deste valente general português das guerras da Restauração.
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Pág. 573 - Igreja de Vila Verde
Da interessantíssima monografia do sr. Guilherme João Carlos Henriques, Alenquer e seu concelho, que já mais de uma vez nos tem servido nestas curiosas investigações, vamos haurir os apontamentos necessários para a história e descrição desta velha igreja. - «A igreja de Nossa Senhora dos Anjos, sita no centro de Vila Verde, teve provavelmente a sua fundação no século XI; mas os documentos mais autênticos e antigos que temos apenas provam a sua existência no fim do século XV. A visita mais antiga que encontrámos foi do bispo da diocese e consta do livro da roda do bispado de Lisboa; mas, por um descuido singular não traz o ano em que foi feita. Conhece-se contudo que foi anterior à doação de Vila Verde aos Gomides, porque declara que a igreja era do padroado real; que as rações (benefícios) eram dadas pelo prior com o consentimento do bispo; que havia uma capela na igreja fundada por mestre Pedro, tesoureiro que foi de Lisboa, cujas possessões podiam valer, depois de pago o capelão, vinte e cinco libras; que o povo era obrigado a dar besta ao prior quando ia administrar fora da vila, e que o terço pontifical ia para o bispo, outro terço dos rendimentos levava o prior e o resto era dos beneficiados. - Pela doação do padroado aos Gomides ficou a apresentação dos benefícios na posse dos priores como sempre foi costume nas igrejas do padroado real, mas esta posse não poucas vezes lhes foi disputada pelos bispos de Lisboa, chegando a haver dois apresentados em cada benefício em 1660. Estes benefícios eram seis e rendiam em 1758, 80$000 réis cada um; hoje passaram os rendimentos ao Seminário de Santarém. O beneficiado de mais nota que encontrámos foi o cardeal arcebispo de Lisboa, D. Jorge, que faleceu em Roma em 19 de setembro de 1508. - O prior desta freguesia em tempos mais remotos provavelmente vencia um rendimento muito superior ao que a igreja rendia ultimamente, porque achamos no priorado alguns homens distintos que provavelmente não o teriam aceitado se o rendimento não fosse adequado. Em 1758 rendia 500$000 réis. - Em 1580 era prior o dr. Paulo de Palácios, espanhol, esmoler-mor da rainha D. Catarina, pregador do Cardeal D. Henrique, catedrático de teologia, e que escreveu algumas obras em castelhano, que são de muito merecimento e excessivamente raras. A semelhança do apelido faz-nos imaginar que a quinta dos Palácios na freguesia de S. Miguel de Palha Cana seria desse padre. - Em 1599 o prior era Simão da Costa. Em 1601 Lourenço da Gama Pereira. Em 1630 era D. Manuel de Noronha prior. - A ele sucedeu seu irmão D. Luiz de Noronha, que, depois de servir nas armadas da costa tomou ordens e aqui faleceu. - Em 1670 era prior o padre Lucas d'Andrade, beneficiado na igreja de S. Nicolau em Lisboa. - Em 1703 o prior era o padre José de Mattos Henriques, comissario do santo ofício. - Em 1770 era o padre João da Silva... O edifício da igreja é daquele gosto frio e severo que os nossos sábios das aldeias gostam de chamar gótico, mas que nada tem daquela arquitectura. A seguinte descrição do templo foi feita em 1758, mas cremos que confere com a actual. No altar-mor há as imagens de Nossa Senhora dos Anjos, S. José e S. João Baptista. Esta última imagem cremos que era de uma ermida que havia no antigo castelo. A imagem de Nossa Senhora tinha uma confraria de que era juiz perpetuo o prior. - No altar colateral do Evangelho, há o Menino Jesus, com confraria e festa no seu dia; Santa Luzia e Santa Ana, ambas também com festa nos seus dias. - Do lado da Epístola o primeiro altar tem Santo António com confraria, festa no seu dia e trezena, S. Marcos com confraria e festa, e Santo Antão. No segundo altar há Nossa Senhora do Rosário com confraria e festa no 1º domingo de outubro, S. João e S. Gregório. Da irmandade do Santíssimo eram juízes perpétuos os marqueses de Angeja; esta irmandade festejava no terceiro domingo de outubro. A festa do orago era em 15 de agosto e tinha 50 dias de indulgência. Na igreja há as seguintes inscrições: - Na capela-mor do lado da epistola:
Aqui jaz o doutor Paulo de Palácios, natural de Granada, esmoler-mor da rainha D. Catharina, pregador do cardeal D. Henrique, cathedratico de theologia e prior que foi desta igreja. Faleceu a 14 de abril de 1582.
- Em frente do altar:
Sepultura de D. Luiz de Noronha prior desta igreja que faleceu em ... de 1613 (ou 1653).
- Nesta sepultura cremos que também estão enterrados seus irmãos D. Manuel e D. Fernando. O último faleceu em Vila Verde. em 26 de agosto de 1643».
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Pág. 576 - Cruzeiro de Aveiro
É este cruzeiro, uma excelente obra da Renascença, uma das curiosidades artísticas dignas de menção de Aveiro, pelo que para aqui a mandámos reproduzir.
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Pág. 577 - Cerco de Badajoz - Ataque a uma brecha
Em pág. 325 deste 5º volume da nossa História se descreve este episódio do cerco de Badajoz, em que os nossos soldados mais uma vez mostraram o seu valor e brio militar.
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Pág. 581 - Francisco Barreto
É da notável galeria degli Uffizi, de Florença, o quadro donde mandámos reproduzir o retrato que o leitor tem presente deste denodado batalhado das guerras da Restauração. É tantas vezes citado o seu nome no decurso deste 5º volume da nossa História, que isso nos dispensa de lhe darmos aqui os traços biográficos.
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Pág. 584 - Lagos - Portal da igreja de S. Sebastião
No sítio desta igreja era antigamente a de Nossa Senhora da Conceição, que ficou incluída nesta. O bispo D. Afonso de Castelo Branco criou nela prior que até então se chamava reitor, e dois beneficiados em 1582. O bispo D. Jerónimo Barreto fez mais outro beneficiado, que o bispo D. Francisco Gomes d'Avelar fez curado. Esta igreja é de três naves, com 7 capelas e altares, e muito vasta. Está situada em um alto. É templo muito antigo, e foi reconstruído por D. João II pelos anos 1490, que lhe mudou a primitiva invocação da Conceição pela de S. Sebastião, por ser este santo advogado contra a peste que então afligia com frequência o Algarve.
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Pág. 585 - Lisboa - Igreja de S. Roque
Merece notícia desenvolvida o templo que a nossa gravura representa; por isso vamos destacar o que, a tal respeito, diz Pinho Leal, no seu precioso Portugal Antigo e Moderno, que é o livro em que, em menor espaço, encontrámos o maior número de notícias a respeito deste colégio de Jesuítas. «Em 1503 uma horrorosa peste assolou todo o reino, fazendo os seus maiores estragos no povo de Lisboa. - O rei D. Manuel mandou pedir à Senhoria de Veneza, onde está o corpo de S. Roque, algumas relíquias deste santo, advogado contra a peste. O senado da Senhoria mandou ao rei as relíquias, que ele, a corte e o povo receberam com grande devoção e solenidade. - Tratou-se logo de edificar uma ermida, dedicada a S. Roque, para nela se colocarem as suas relíquias. Escolheu-se para esta edificação o actual largo de S. Roque, que era então um monte fora (mas perto) dos muros da cidade, coberto de frondosas oliveiras, e a cujo sítio se chamava Vila Nova de Andrade, - Havia aqui um lugar, mais próximo à porta da cidade (que depois se chamou de S. Roque, e foi demolida em 1835), em que se enterravam os que morriam da peste. Foi aqui o sítio em que se edificou a ermida. - Foi lançada a primeira pedra a 24 de março de 1506, e foi sagrada a 25 de fevereiro de 1515. - Em 1553 ainda os padres da Companhia não tinham casa professa em Lisboa, tendo-a já em Coimbra e no Porto. - O padre comissario, Jerónimo Natal, veio então a Lisboa, pedir a D. João III permissão de fundar aqui o colégio da sua ordem, o que o rei lhe concedeu, mandando-lhe escolher sítio, o que ele fez, preferindo o lugar onde estava a capela de S. Roque, em razão de serem de pouco valor os terrenos adjacentes, o que lhe facilitava os campos para fundar o edifício e cerca; e por ser sítio alegre, vistoso e sadio. - Trataram os padres da compra da ermida, mas tal resistência achava nos irmãos da confraria de S. Roque, que só com a intervenção do rei conseguiram realizar o contracto, e isto sob condições pesadas, sendo uma delas fazer na igreja uma capela dedicada a S. Roque, administrada exclusivamente pela irmandade e sem a mínima dependência dos padres. - Tomaram os jesuítas posse da ermida, que pouco a pouco foram alargando e fazendo em volta algumas casas para sua habitação. - Passados anos, quis D. João III fazer aqui um grande templo, para seu jazigo e da rainha D. Catarina, sua mulher, dando-o aos jesuítas; mas não teve efeito este projecto, e só o rei comprou por aqui vários terrenos para a cerca e fez aos padres grandes donativos, com que eles deram começo à obra da nova igreja (a actual) em 1566. - O seu primeiro plano era fazer o templo de três naves, mas logo no ano seguinte se decidiu ser de uma só nave, por ser mais claro e se ouvirem melhor os pregadores. - Desfizeram-se os alicerces, e a capela antiga, que lhes tinha servido de cruzeiro, e o alpendre, a que se chamava igreja velha, trabalhando-se com tanta energia, que em 1575 estavam já as paredes concluídas até à cornija. - Tem o corpo da igreja 186 palmos de comprimento (40m,32) e 82 de largo (18m,4). A capela-mor apenas tem 5m de alto e 7m,50 de largo. - O arquitecto destas obras foi Filipe Terço, o mesmo que fez as de S. Vicente de Fora e algumas nos paços da Ribeira; mas em S. Roque parece que só fez as obras de madeira. - Pelo terremoto, desabou a varanda e passadiço que havia sobre a cimalha do frontispício, bem como o tímpano onde estava o nicho com a imagem, de pedra, de S. Roque; e assim esteve alguns anos, até que se lhe construiu novo tímpano, com uma cruz de ferro no angulo superior; mas obra lisa, chata e sobremodo desengraçada. - Em 1862 se fizeram algumas obras nesta igreja, restaurando-se então as velhas pinturas do tecto. - Tem a igreja quatro capelas de cada lado. A primeira da direita, entrando pela porta principal, é dedicada a Nossa Senhora da Doutrina, e tem dois óptimos quadros do nosso Bento Coelho da Silveira, são - a Ressurreição e a Ascensão de Jesus Cristo. - A segunda é de S. Francisco Xavier. A imagem deste santo é um primor de escultura. Há aqui dois quadros de bela composição, cujo autor se ignora. Um é o papa Paulo III, no acto de enviar para Portugal os primeiros religiosos da Companhia de Jesus em 1540; - o outro representa o rei D. João III, rodeado da sua corte, dando audiência de despedida, ao padre S. Francisco Xavier, quando este partiu para a Índia, em 1841, para propagar o Evangelho no Oriente. - A terceira capela é de S. Roque. Nela está o famoso quadro deste santo, pintado em madeira por Gaspar Dias, depois da sua volta da Itália, onde foi estudar nos fins do século XVI. - A quarta, que é hoje do Santíssimo, tem dois belos quadros de Bento Coelho: - um é o Transito da Virgem, outro a sua Coroação. - A primeira capela do lado esquerdo é dedicada à Família Sagrada (Jesus, Maria e José). Tem quatro painéis: - o Menino entre os doutores, por José de Avelar Rebelo, pintor ilustre do século XVII; - o Repouso no Egito, que se supõe do mesmo autor. Estes dois estão no fundo da capela e são pequenos. Aos lados há dois quadros grandes: - o primeiro é o Nascimento de Jesus Cristo, e o segundo a Adoração dos Reis Magos. Parece que são de André Reinoso, pintor português do século XVII, ainda que o segundo é inferior em merecimento ao primeiro. - O segundo é de Santo António de Lisboa. Estão nela dois quadros do famosíssimo Vieira Lusitano. O do lado do Evangelho é Santo António pregando aos peixes e o da parte da Epistola é Santo António pedindo à Santíssima Virgem auxílio contra as tentações do demónio. - A terceira é de Nossa Senhora da Piedade. Está aqui um segundo quadro que se atribui a Bento Coelho, onde se admira uma velha pintura de Nossa Senhora das Dores. Tem dois quadros grandes, sendo um o Descimento da Cruz e outro, Jesus Cristo caindo sob o peso da Cruz quando subia para o Calvário. São cópias, de pintor desconhecido. - A quarta é a famosíssima capela de S. João Baptista, formoso e rico santuário, célebre em todo o reino e ainda no estrangeiro, pela sua admirável magnificência. - Foi mandada fazer em Roma, por D. João V, de Portugal em 1740, pelo desenho do célebre arquitecto Vanvitelli. - Os belos quadros de mosaico (a melhor obra deste reino e que não tem superior e poucas rivais no mundo) são de Manuci. As esculturas são de Giusti. Esta capela foi dada pelo rei aos padres de S. Roque, com todos os seus paramentos, em tudo condignos da primorosa capela. Só esta, sem os paramentos, custou ao monarca português um milhão de cruzados. D. João V deu ao papa Benedicto XIV outro milhão de cruzados, de esmola, por dizer, em Roma, a primeira missa nesta capela e a sagrar. - A capela chegou a Lisboa em 1747. - No arco cruzeiro há quatro capelas. As duas da parte da Epistola estão ocultas com o órgão que ali colocaram, o que desfeia bastante o aspecto geral do templo. - Por cima das capelas corre um friso de pedra, e sobre ele, no meio do arco de cada capela, fica uma tribuna, com bastante vão para seis pessoas. Estas tribunas têm ao fundo largas janelas de vidraças, que dão luz à igreja. Entre estas colunas há dezasseis painéis representando diversos passos da vida de Santo Inácio de Loyola. São sete de cada lado e dois entre as três janelas do coro. - Quando, em 1843, se descobriram as relíquias, por detrás dos altares de Todos os Santos, das Onze mil virgens, da Senhora da Piedade e de Nossa Senhora da Doutrina, foram apeados os quadros das capelas que ficam referidas para se limparem e consertarem. Em 1862 também se apearam, para o mesmo fim, os painéis que ficam sobre as capelas, dourando-se-lhes as molduras, que tinham perdido todo o seu antigo douramento. - Na sacristia sobre os caixões dos paramentos, há uma série de pequenos quadros representando cenas da vida de S. Francisco Xavier. Os do lado direito são pintados por André Reinoso. É notável a sua composição, desenho e colorido. Os da esquerda, apesar de não serem do mesmo autor, são de muito merecimento, e todos de grande valor histórico. - Debaixo do coro há dois retratos, atribuídos a António Moro (pintor de Utrecht, que veio a Portugal no século XVI). Um é D. João III, e outro, sua mulher, a rainha D. Catarina. - Em 3 de setembro de 1759 foi definitivamente suprimida a ordem da Companhia de Jesus, e seus membros proscritos e banidos de Portugal pelo marquês de Pombal. O colégio de S. Roque foi dado à irmandade da Misericórdia, por alvará de 8 de fevereiro de 1768, para ali se estabelecer a roda e hospício dos expostos. Modernamente, e desde que a administração da Santa Casa da Misericórdia, de Lisboa, foi entregue a uma comissão, nomeada pelo governo, tem-se feito grandes obras neste edifício, para satisfazer ao fim a que ele é destinado. - Já vemos, pois, que por muitas circunstâncias, são a igreja de S. Roque e edifício anexo, dignos de serem vistos e admirados por nacionais e estrangeiros. - Fernão Tello da Silva, que foi governador da Índia, e sua mulher, D. Maria de Noronha, fundaram um hospício para jesuítas, em uma sua quinta a Campolide, em 1597, lançando-se a primeira pedra na igreja, a 23 de abril de 1603. Quando se fundou o colégio da mesma ordem, em Vila Nova de Andrade, onde foi depois o colégio dos Nobres e é hoje a Escola Politécnica, os jesuítas venderam isto ao novo colégio para quinta de recreio dos colegiais e vieram para a casa professa de S. Roque.» - Acerca deste edifício e Casa da Misericórdia, está-se imprimindo uma Memória, na Academia.
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Pág. 589 - D. Pedro António de Noronha, conde de Vila Verde
D. Pedro António de Noronha e Albuquerque e Sousa, cujo retrato aqui damos copiado do que existe na Biblioteca Nacional de Lisboa, 2º conde e 13º senhor de Vila Verde, nasceu em 13 de junho de 1661. Foi veador da fazenda, membro do conselho de estado e guerra e mordomo-mor de S. A. a princesa do Brasil. Em 1693, tendo apenas trinta e dois anos foi nomeado vice-rei da Índia, e governou aquele estado com tal prudência durante cinco anos, que o conseguiu tirar do estado de decadência em que a incúria dos seus antecessores o haviam deixado cair. Com pequenas forças venceu os índios em vários combates; fez um tratado muito vantajoso com o schah da Pérsia e reedificou as muralhas quase desmoronadas de Moçambique. Numa palavra, achou o domínio português no Oriente bastante enfraquecido, e em pouco tempo o restabeleceu no seu primitivo vigor. - Voltando da Índia, foi nomeado general de cavalaria na província do Alentejo, depois mestre de campo general na campanha de 1706. Em 1710 foi nomeado governador das armas na província do Alentejo e comandou um exército de 19.000 homens, contra os Espanhóis. Em 1713 teve a nomeação de vice-rei e capitão-general de mar e terra com intendência e superioridade sobre todas as capitanias da América. Em 21 de janeiro de 1714 foi agraciado com o título de marquês de Angeja. Voltou da América em 1718 sendo recebido com geral estima, e morreu em 16 de julho de 1731, sendo enterrado na igreja de S. João da Praça em Lisboa.
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Pág. 592 - Sé Velha de Coimbra - Túmulo de um bispo desconhecido (séc. XV)
Este interessante espécimen tumular do século XV vê-se na veneranda catedral conimbricense, junto do retábulo de Santa Isabel. Como o desenho indica, está muito danificado. A parte mais curiosa é um delicioso baixo-relevo que decorava a respectiva urna tumular e de que hoje só restam alguns fragmentos, que são os que aparecem no desenho e que há tempos foram recolhidos ao museu do Instituto, a fim de não terem descaminho. - Assim, em a nossa aguarela, veem-se distintamente os assuntos desse baixo-relevo, tirados do Antigo e Novo Testamento, encontrando-se ali a criação do homem, o pecado original, Deus insuflando alma ao primeiro homem, Cristo no Horto, etc.
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Pág. 593 - D. Afonso VI prisioneiro no palácio de Sintra
No volume 6º da História se encontrará a descrição da cena representada pela nossa gravura e conhecerá a vida deste príncipe tão leviano corno desgraçado.
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Pág. 597 - Infante D. Duarte, irmão de D. João IV
Copiou-se da bela estampa com que abre a História do Infante D. Duarte, pelo sr. Ramos Coelho, o excelente retrato que aqui damos do desditoso irmão de D. João IV.
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Pág. 600 - Igreja de Nossa Senhora d'Aldeia Galega da Merceana
Nada podemos nem devemos dizer acerca desta igreja, depois do que dissemos quando tivemos de acompanhar de algumas palavras, em pág. 631 deste índice, a gravura que do pórtico da mesma igreja demos em pág. 552 deste 5º volume da História.
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Pág. 601 - Palácio do conde das Galveias ao Campo Pequeno
Ocupa o lado do sul deste Campo, e é uma das melhores residências dos arrabaldes de Lisboa, tanto pela bela da sua situação como pelo nobre e grandioso palácio, construído no século XVIII, e pelos jardins e bosques da quinta, ricos de árvores exóticas. Infelizmente esta quinta está pouco cuidada, não obstante ter servido de habitação permanente aos seus proprietários.
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Pág. 605 - D. Antão Vaz d'Almada
Existe na preciosa galeria dos srs. condes de Almada o original donde foi copiado este soberbo retrato do ilustre personagem que tão primacialmente figurou no movimento revolucionário de 1640. - D. Álvaro de Almada, descendente da nobre família do D. Álvaro Vaz de Almada, que tantos homens ilustres deu à pátria, foi um dos mais enérgicos e decididos entre os fidalgos que planearam e levaram a cabo, como se viu no nosso 5º volume da História, a restauração de Portugal. Morava ele no Rossio, ao pé de Inquisição, no palácio que ainda hoje pertence aos condes de Almada seus descendentes, e do qual já demos fotogravura neste mesmo volume (pág. 265). Quando se começou a tramar a conspiração contra os Espanhóis, reuniram-se primeiro os conspiradores em casa de Jorge de Mello, e ali combinaram que dali por diante, as suas reuniões fossem em casa de D. Antão de Almada. - O motivo que os levara a escolher esse sítio, aliás tão central, e que, por isso, parecia pouco próprio para essas reuniões, fora o haver no palácio um jardim copado de arvoredo e no meio desse jardim um pavilhão descoberto com as paredes azulejadas, com assentos em volta, e um tanque em forma de pia batismal, primorosamente lavrado no estilo do século XVI, e que ficava ao fundo de uma escada de pedra, por onde se ia ter a uma porta escusa, que deitava para o monte de Sant'Anna. Fora essa facilidade de se entrar por uma porta secreta que deitava para sítio isolado, e de se fazerem as reuniões num pavilhão entre arvores, que determinaram toda a escolha do sítio. - Ali se fizeram, pois, todas as reuniões dos intrépidos conjurados, inclusivamente a última, a de sexta-feira, 30 de novembro, em tudo esteve para se perder pelas reflexões realmente intempestivas de D. João da Costa que muito sensatamente, mas muito pouco a propósito, expôs todos os inconvenientes de tão prematuro movimento. D. Antão de Almada foi um dos fidalgos que se convenceram de que era uma loucura levar por diante a empresa, o que o não impediu de ser o mais decidido de todos. - No dia 1 de dezembro, D. Antão de Almada foi com os outros ao Terreiro do Paço, e foi ele quem, pela energia das suas intimações, obrigou a duquesa da Mântua a assinar-lhe a ordem para o governador do castelo de Lisboa entregar a fortaleza aos sublevados. - Restaurado o trono dos reis portugueses, tratava-se imediatamente de alcançar a protecção da Europa. Logo partiram embaixadores para os diversos países da Europa, sendo as embaixadas mais importantes as de França, de Inglaterra, de Holanda e de Roma. Para embaixador em Inglaterra foi escolhido D. Antão de Almada, dando-se-lhe como secretário um homem de altos talentos, e cujo nome ficou registado entre os dos vultos mais notáveis da literatura portuguesa, António de Sousa de Macedo. - Partiu D. Antão de Almada em 6 de fevereiro de 1641, e, pouco depois, de chegar a Londres, foi recebido pelo rei de Inglaterra, que era então o infeliz Carlos I. Não sabemos se o rei seria mais favorável à causa de Espanha que à de Portugal, mas o que é certo é que no parlamento já então predominante, como não tardou a demonstrá-lo anos depois, dominavam as simpatias pela causa portuguesa. D. Antão de Almada pôde, pois, concluir nesse mesmo ano de 1641 um tratado de paz e amizade com a Inglaterra, que solenemente reconheceu a nossa independência. - Voltando a Portugal, não pôde D. Antão de Almada prestar muitos mais serviços à coroa portuguesa, que ajudara a poisar na fronte de D. João IV, porque faleceu em 1644.
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Pág. 608 - Janela manuelina da quinta do Mato
Situado próximo ao lugar do Mato, na freguesia de S. Miguel de Palha Cana, Alenquer, derivava o convento do Mato o seu nome de uma espessa mata de carvalheiras que havia perto, mas que já não existe. A casa, que pertenceu à ordem dos Jerónimos foi fundada por frei Vasco em 1354, reedificada em 1379 por D. João I, e tendo caído segunda vez, pela natureza do solo e sua má posição que a sujeitava muito a trepidações do terreno, foi em 1500 novamente edificada por el-rei D. Manuel, que a enriqueceu com alguns privilégios, e lhe tinha tanta devoção que muitas vezes aqui se recolheu, e, pondo de parte a real dignidade, assistia aos ofícios divinos como qualquer religioso da casa. - O convento está situado numa encosta isolada, bastante feia e tristonha, depois que se derrubou o grande arvoredo que alegrava a paisagem. Este convento e quinta é hoje propriedade particular. Quem desejar mais pormenores, leia a interessante monografia do sr. Guilherme Carlos Henriques, Alenquer e seu concelho.
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Pág. 609 - Cenas de fanatismo, em Lisboa, no reinado de D. Pedro II
As cenas representadas pela nossa gravura referem-se a factos passados no reinado de D. Pedro II, cuja descrição desenvolvida se encontra nos primeiros capítulos do 6º volume da nossa História.
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Vol. 5
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